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MPT processa dono da Havan por "coagir" funcionários a votar em Bolsonaro

A prática do empresário, segundo ressalta o MPT, constrange os trabalhadores e "descumpre a finalidade social do emprego"

Lojas havan: MPT pediu multa de R$ 1 milhão caso o dono da rede volte a "coagir" funcionários a votarem em Bolsonaro no próximo domingo, 7 (Germano Lüders/Exame)

Lojas havan: MPT pediu multa de R$ 1 milhão caso o dono da rede volte a "coagir" funcionários a votarem em Bolsonaro no próximo domingo, 7 (Germano Lüders/Exame)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 3 de outubro de 2018 às 09h17.

Última atualização em 3 de outubro de 2018 às 10h58.

São Paulo - O Ministério Público do Trabalho de Blumenau processou o dono das lojas Havan nesta terça-feira, 02, Luciano Hang, e pediu multa de R$ 1 milhão caso ele volte a "coagir" seus funcionários a votar em Jair Bolsonaro (PSL) nas eleições do próximo domingo, 7. O órgão diz ter recebido 20 denúncias nos dias 1º e 2 de outubro relatando que o empresário teria induzido os trabalhadores a seguir sua recomendação, sob pena de serem demitidos.

Em vídeo que circulou pelo canal interno da companhia, Hang diz que se algum candidato “de esquerda” vencer a eleição, ele vai repensar o plano de crescimento da empresa e talvez tenha que fechar algumas lojas. “Você está preparado para sair da Havan?”, questiona. Ele disse ainda que pesquisas internas apontam um percentual de 30% de funcionários votando branco ou nulo.

A prática do empresário, segundo ressalta o MPT, constrange os trabalhadores e "descumpre a finalidade social do emprego, que não deveria refletir em ferramenta eleitoral ou coação financeira, mas sim em meio de subsistência das famílias brasileiras e instrumento essencial para a circulação de mercadorias e capital na nossa sociedade".

Ao site Info Money, o empresário esclareceu que o vídeo “se trata apenas de transparência com meus colaboradores”.

Abuso de poder econômico

Também nessa terça-feira, a Coligação “O Povo Feliz de Novo” (PT/PC do B/PROS) acionou o pediu que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abra uma investigação por abuso de poder econômico contra a campanha do candidato do PSL à Presidência da República. O caso gira em torno da empresa de ar condicionado Komeco, localizada na cidade de Palhoça, na região da Grande Florianópolis (SC).

A coligação de Fernando Haddad (PT) acusa o presidente da Komeco, Denisson Moura de Freitas, de ter gravado um áudio direcionado a funcionários solicitando que os empregados usem adesivos e camisetas de apoio a Bolsonaro. Com a denúncia, a coligação pretende que, ao final da apuração, a Corte Eleitoral declare o candidato líder nas pesquisas eleitorais inelegível por oito anos, por estar ganhando reforço financeiro “que não está compatibilizado nos gastos” oficiais divulgados ao TSE, mas cujos resultados serão usufruídos pelo candidato do PSL.

Supermercado coage funcionários

Ainda nessa terça, a Procuradoria Regional Eleitoral do Paraná instaurou um “procedimento preparatório eleitoral” contra a rede de supermercados Condor, uma das maiores do país, e contra seu presidente, Pedro Joanir Zonta. O motivo é uma carta divulgada pelo empresário em que declara apoio a Jair Bolsonaro como candidato à presidência da República e pede que seus funcionários “confiem em mim e nele para colocar o Brasil no rumo certo”.

A carta conta de 11 pontos que justificam o apoio. O mais polêmico deles, para os procuradores, é o que joga luz sobre uma das polêmicas da própria campanha de Bolsonaro. “Nesta carta, fica o meu compromisso, com você meu colaborador hoje, de que não haverá de forma alguma, corte no 13º (décimo terceiro) e nas férias dos colaboradores do grupo Condor”, diz. Nesta terça-feira o vice de Bolsonaro, general Hamilton Mourão, voltou a criticar o décimo terceiro.

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