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MPF questiona Ibama sobre possível conversão de multa aplicada à Vale

O débito da mineradora com o órgão é de R$250 milhões; para o Ministério, medida precisa ser analisada, pois pode ter consequências graves

Equipes de resgate trabalham em busca de vítimas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, MG (Adriano Machado/Reuters)

Equipes de resgate trabalham em busca de vítimas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, MG (Adriano Machado/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 11 de abril de 2019 às 21h55.

O Ministério Público Federal (MPF) divulgou hoje (11) uma nota informando ter pedido explicações ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) sobre a possível conversão da multa aplicada à Vale após o rompimento da barragem em Brumadinho em investimentos em unidades nacionais de conservação. O débito da mineradora com o órgão ambiental é de R$250 milhões.

A conversão da multa tem sido defendida em entrevistas concedidas pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Sales. Segundo ele, a ideia é destinar os recursos para unidades de conservação localizadas em Minas Gerais, como os parques da Serra da Canastra, da Serra do Cipó e do Caparaó. "Haveria, assim, a possibilidade de os parques nacionais serem concedidos para a Vale em troca da aplicação dos recursos", diz a nota divulgada pelo MPF.

Conforme o pedido de explicações, o Ibama deve informar se a proposta é verdadeira e detalhá-la, anexando documentação pertinente, se houver. Para o MPF, a medida precisa ser analisada, pois pode ter consequências graves sobre todo o processo de fiscalização ambiental e sobre o valor da reparação dos danos socioeconômicos e ambientais causados na tragédia de Brumadinho.

"As declarações do ministro do Meio Ambiente provocaram a reação de especialistas, que consideram a proposta uma forma de transformar uma sanção ambiental em uma espécie de prêmio, convertendo os impactos gravíssimos da atividade da Vale em Minas em investimentos ambientais que ela poderá publicizar, dispensando ainda por cima a mineradora de passar pelas obrigatórias licitações exigidas para concessões de parques nacionais", acrescenta a nota.

A Agência Brasil fez contato com o Ibama, mas ainda não obteve retorno.

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