Silvana Abramovay, cofundadora da Amor aos Pedaços: franquia existe desde 1982 e já tem 38 lojas, sendo 34 no estado paulista
Repórter
Publicado em 25 de julho de 2025 às 11h13.
Última atualização em 25 de julho de 2025 às 14h06.
A cena é inusitada. Filas se formam diante das lojas da Amor aos Pedaços, clientes disputam por um doce e, em alguns momentos, até comem ele quente, direto da produção. Para Silvana Abramovay, cofundadora da marca, o sucesso do morango do amor foi algo totalmente inesperado. "Nunca vi nada igual em 43 anos como doceira", afirma.
Coberto com caramelo e pó brilhante, o produto tem viralizado nas redes sociais por seu visual atrativo e “instagramável” desde o início de julho. É como se ele fosse uma evolução da maçã do amor, tradicional nas festas juninas, mas com o mesmo hype do pistache.
A doceria surgiu a partir de uma vontade da fundadora Ivani Calarezi, antes pianista, de provar vários sabores de bolo sem necessariamente ter que comprar vários bolos inteiros — o que não era possível em 1982. Dois anos após a fundação, a marca ganhou uma segunda loja e Silvana Abramovay como sócia. Desde os 19 anos, ela é responsável pela administração do negócio, enquanto Calarezi cuida das receitas.
Conhecida especialmente pelas lojas em São Paulo, a Amor aos Pedaços viu no lançamento do morango do amor um verdadeiro tsunami de demanda. "Acredito que é algo que o mercado gastronômico nunca viu", diz a cofundadora.
Cada morango do amor está sendo vendida por R$ 19,50 nos sabores bicho de pé, brigadeiro branco e brigadeiro. "Não dá para saber exatamente, mas chutaria que umas mil unidades estão sendo vendidas por loja por dia", calcula Abramovay.
A empresa não revela o valor exato, mas, com 38 lojas espalhadas pelo Brasil (sendo 34 no estado paulista), esse número pode chegar a um faturamento de aproximadamente R$ 740 mil por dia para a doceria. "É uma onda realmente surreal".
Mas há desafios. A produção do morango do amor exige um processo artesanal meticuloso, algo que, segundo Abramovay, não é simples. "Para fazer o caramelo, você precisa de pó e brilho, e isso já está em falta", conta Abramovay, ressaltando que a franquia já estocou os itens necessários para a receita.
A empresa prepara novos produtos para atender à demanda e já tem a versão com uva. "A moda vai e a moda vem, mas essa tendência vai além das outras. Estou impressionada com as redes sociais, e acho que esse final de semana vai ser o auge", diz Abramovay.
O morango do amor também está transformando o mês de microempreendedoras. Celina Bredemann, brasileira que mora em Nova Iorque, pode chegar a faturar mais de R$ 50 mil somente com os doces "instagramáveis" — seguindo a média de R$ 11 mil por dia.
A baiana Priscilla Diniz vende o doce desde 2012 e hoje tem um setor na confeitaria exclusivamente para o doce. Por conta da alta demanda da região, Diniz conta que os nove produtores de morango já reajustaram seus valores de venda de 50 a 100% do que ela pagava antes em cada caixa.
Desde a abertura da primeira loja em 1982, a Amor aos Pedaços realiza o Festival de Morango. A edição desse ano, que acontece entre os dias 15 de julho e 30 de outubro, tem tudo para ser diferente das outras. São mais de 20 opções de sobremesas à base de morango, como bolos, tortas, docinhos e, claro, o morango do amor.
Ainda não há como estimar se o morango do amor vai impactar no faturamento de 2025 da Amor aos Pedaços. Porém, Abramovay acredita que sentirá o impacto nos resultados do festival. "Mais do que nunca, o morango virou protagonista", diz. "Acho que vou até sonhar com morango hoje".