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Moove, fintech africana apoiada pela Uber, compra a Kovi

Fundada por ex-executivos da 99, a startup oferece contratos de carros flexíveis para motoristas de aplicativo; operação seguirá com a mesma marca no Brasil

Adhemar Neto e João Costa, fundadores da Kovi: a startup seguirá operando sob sua própria marca no Brasil e no México

Adhemar Neto e João Costa, fundadores da Kovi: a startup seguirá operando sob sua própria marca no Brasil e no México

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 29 de janeiro de 2025 às 10h51.

Última atualização em 29 de janeiro de 2025 às 12h54.

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A startup brasileira de mobilidade Kovi foi adquirida pela Moove, fintech africana especializada em financiamento de frotas para aplicativos de transporte.

O valor da transação não foi divulgado, mas a Moove confirmou que a compra foi feita integralmente por meio de troca de ações, tornando a Kovi uma subsidiária da empresa.

Com a aquisição, a Moove eleva sua receita anual recorrente para US$ 275 milhões, mais que o dobro dos US$ 115 milhões registrados em março do ano passado.

“Essa transação é um passo importante na nossa estratégia de construir a maior frota global de mobilidade compartilhada”, disse Ladi Delano, cofundador e CEO da Moove, ao site americano Tech Crunch.

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O que é a Kovi?

Fundada em 2018 por Adhemar Milani Neto e João Costa, ex-executivos da 99, a Kovi surgiu para atender um problema comum no Brasil: a dificuldade de motoristas de aplicativos em conseguir um veículo para trabalhar. Diferente das locadoras tradicionais, a startup oferecia carros com contratos flexíveis, taxas reduzidas e até opções de pagamento por quilômetro rodado.

O modelo deu certo. A Kovi passou por aceleradoras como a Y Combinator (que já acelerou Reddit, Twitch, Airbnb e mais), captou mais de US$ 100 milhões de fundos como Valor Capital e Monashees e expandiu operações para o México.

No entanto, nos últimos anos, a empresa enfrentou desafios para crescer e captar novos recursos. Seu último aporte conhecido foi em 2021, quando levantou US$ 104 milhões para financiar a expansão na América Latina.

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O que acontece agora?

Nos próximos meses, a transação passará pela aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Com a venda para a Moove, a Kovi segue operando sob sua própria marca no Brasil e no México, e seu time de gestão continua à frente do negócio.

A expectativa é que a Moove utilize a tecnologia e os algoritmos da Kovi para aprimorar sua própria operação global. A fintech nigeriana já vem investindo em veículos autônomos e no uso de inteligência artificial para otimizar frotas.

Conheça a Moove

Fundada em 2020 na Nigéria, a Moove começou com apenas 76 carros em Lagos. Hoje, a fintech atua em 19 cidades, distribuídas por seis continentes, com uma frota de 36 mil veículos. A empresa também se tornou a principal fornecedora de financiamento de carros para motoristas da Uber, tendo viabilizado mais de 50 milhões de viagens na plataforma.

Hoje, a fintech nigeriana é avaliada em US$ 750 milhões. A empresa já levantou mais de US$ 500 milhões em aportes de investidores como Uber, BlackRock e IFC (Banco Mundial), e vê a América Latina como uma das regiões mais promissoras para a expansão de sua frota.

O Brasil é o segundo maior mercado global da Uber, e São Paulo é uma das cidades onde mais se pede corridas por aplicativo. A Moove já iniciou operações em Colômbia e México, e pretende expandir sua frota por lá também.

Em um comunicado, Adhemar Milani Neto, CEO da Kovi, afirmou que acredita no potencial da união. “Conheço os fundadores da Moove há anos e sempre admirei como escalaram o negócio na África. Agora, juntos, podemos construir uma empresa global de mobilidade sem precedentes.”

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