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Montadoras podem acelerar corte de vagas após redução do PSI

Montadoras poderão ampliar ajuste de produção e acelerar o corte de vagas após o governo reduzir limite de operações do Programa de Sustentação do Investimento


	Montadora de carros: governo federal reduziu no fim de outubro em 30,5 bilhões de reais para 19,5 bilhões de reais o limite de operações do PSI
 (Germano Luders/Exame)

Montadora de carros: governo federal reduziu no fim de outubro em 30,5 bilhões de reais para 19,5 bilhões de reais o limite de operações do PSI (Germano Luders/Exame)

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Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2015 às 17h41.

São Paulo - As montadoras de veículos poderão ampliar o ajuste de produção e acelerar o corte de vagas no Brasil, depois que o governo federal reduziu o limite para operações do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) e antecipou o prazo para pedido de financiamento, afirmou o presidente da Anfavea, Luiz Moan, nesta sexta-feira.

O governo federal reduziu no fim de outubro em 30,5 bilhões de reais para 19,5 bilhões de reais o limite de operações do PSI, o principal mecanismo de financiamento de caminhões e ônibus do país, afirmando que a medida não traria impacto diante da demanda fraca pelos recursos até o final de setembro, de 6,8 bilhões de reais.

Moan afirmou que o setor automotivo foi "negativamente surpreendido" pela antecipação do prazo para as requisições de financiamento.

"Com o encurtamento do tempo, houve uma corrida forte pelo financiamento, o que tira a previsibilidade do setor e perturba o planejamento das empresas", disse o presidente da entidade que representa o setor.

Moan citou como exemplo montadoras que estavam planejando ajustar a produção com uma redução de 20 por cento na jornada de trabalho neste final do ano e que podem ampliar o ajuste a partir da mudança no PSI.

Ele comentou que trabalhadores que não estão envolvidos por acordos já acertados do Programa de Proteção ao Emprego (PPE) podem acabar sendo demitidos, dada a demora em uma eventual renegociação de ampliação da proteção com sindicatos e autoridades.

Segundo Moan, atualmente a indústria de veículos do Brasil tem 34 por cento de sua força de trabalho sujeita a algum tipo de restrição.

Ele disse que são 35,6 mil trabalhadores sob o PPE, 2,8 mil em férias coletivas e 6,6 mil com contratos de trabalho suspensos (layoff).

A indústria de veículos do Brasil acumula queda de 21,1 por cento na produção de janeiro a outubro sobre o mesmo período do ano passado, enquanto as vendas têm queda de 24,3 por cento, informou a Anfavea nesta sexta-feira.

Considerando apenas caminhões, a queda acumulada na produção chega a 47 por cento, enquanto as vendas recuaram 45 por cento.

O setor fechou outubro com 132,7 mil postos de trabalho ocupados, queda de 9,7 por cento ante outubro de 2014, estendendo a tendência de diminuição iniciada em novembro de 2013.

Segundo Moan, a expectativa é que a indústria de veículos apresente algum tipo de melhora nas vendas a partir apenas do final do terceiro trimestre de 2016, diante da previsão de queda menos intensa da economia no próximo ano ante os 3,05 por cento de retração esperada por economistas para 2015.

Perguntado até quando o setor pode evitar anúncios de demissões em massa, Moan comentou apenas que a criação do PPE neste ano foi feita para minimizar o efeito da queda da produção.

Na semana passada, a Honda, uma das poucas montadoras que atendem o mercado de massa a apresentar crescimento de vendas no acumulado deste ano até outubro, suspendeu o início de produção da fábrica que acabou de construir no interior de São Paulo. O investimento de 1 bilhão de reais ficará parado por tempo indeterminado.

Moan, que também é executivo da General Motors, afirmou que a decisão da montadora japonesa foi "extremamente responsável" e "inédita na indústria" ao não ter elevado a capacidade de produção agora e arriscar empregos de sua outra fábrica no país.

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