Confirmação da fábrica da BMW desencadeou interesse de marcas premium que já atuaram no Brasil e agora querem voltar, como a Audi e a Mercedes-Benz (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 23 de outubro de 2012 às 08h30.
São Paulo - A indústria automobilística brasileira prepara outra leva de investimentos no País com destaque para novas fábricas, ampliação de capacidade produtiva, projetos de pesquisa e desenvolvimento e lançamentos de carros globais.
A nova onda teve início quando o País entrou na lista dos quatro maiores mercados mundiais, há dois anos. Foi favorecida pela crise na Europa e EUA, onde as vendas estão em queda ou estagnadas. E ganhou reforço com o novo regime automotivo, que protege o País de importados e dá benefícios à produção local.
A confirmação, na segunda-feira (22), da fábrica da marca alemã BMW, que será construída em Santa Catarina, desencadeou interesse de marcas premium que já atuaram no Brasil e agora querem voltar, como a Audi e a Mercedes-Benz.
A japonesa Honda, seguindo a conterrânea Toyota, tem planos de entrar no segmento de compactos a partir de 2014, o que exigirá uma nova fábrica. Antes disso, a empresa iniciará a produção, em Sumaré (SP), de um utilitário esportivo (SUV) de pequeno porte que se somará à linha dos modelos Fit, City e Civic.
"No longo prazo, vamos entrar no segmento de compactos e estamos planejando a ampliação de nossas instalações", disse na segunda-feira (22) o presidente mundial da Honda, Takanobu Ito. Ele está no País para participar do Salão do Automóvel de São Paulo, que abre ao público na quarta-feira (24). Antes desse passo, a Honda vai ampliar seu centro de pesquisa para desenvolver produtos no Brasil e não depender só da matriz. "Vamos investir mais R$ 100 milhões para fortalecer essa área", anunciou Ito.
A Hyundai, que iniciou a produção do compacto HB20 em setembro, em Piracicaba (SP), inaugurou na semana passada um segundo turno de trabalho para dar conta da demanda. Em janeiro, a empresa lança um segundo veículo, o HB20 X, versão crossover do modelo e, em março, um sedã da mesma família.
A Volkswagen mostrou o Taigun, SUV que o grupo trata como conceito, mas que será fabricado em vários países, incluindo o Brasil. "Pela primeira vez, o grupo escolheu o Brasil para um lançamento mundial", disse o presidente da Volkswagen no País, Thomas Schmall, que ainda faz segredo sobre o plano de produção do modelo global. No domingo, ele anunciou investimentos de R$ 750 milhões para as fábricas de carros de Taubaté e de motores de São Carlos.
Outra estreia mundial foi a do Ford Fiesta sedã, também candidato à produção local.
A Nissan vai inaugurar em janeiro de 2014 sua fábrica em Resende (RJ) com a produção do compacto March (hoje importado do México) e pretende chegar ao fim daquele ano com a produção de quatro modelos. Um deles será um SUV mostrado ontem como conceito.
"O Brasil é o quarto maior mercado mundial e em breve será o terceiro, por isso nossos planos são ambiciosos", disse François Alain, diretor-geral da Nissan. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.