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Montadoras chinesas planejam fábricas no país

A Geely e a BYD têm intenção de abrir fábricas locais, a primeira para a produção de automóveis e a segunda para fazer ônibus elétricos


	Montadora de automóveis no país: entre este ano e 2016, oito fabricantes inauguram unidades no Brasil, num total de quase R$ 5 bilhões em investimentos
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Montadora de automóveis no país: entre este ano e 2016, oito fabricantes inauguram unidades no Brasil, num total de quase R$ 5 bilhões em investimentos (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 23 de março de 2014 às 13h10.

São Paulo - Depois de registrar em 2013 a primeira queda de vendas de veículos em uma década e de perspectivas pouco animadoras para este ano, o Brasil segue atraindo novas montadoras. Dois grupos chineses, a Geely e a BYD têm intenção de abrir fábricas locais, a primeira para a produção de automóveis e a segunda para fazer ônibus elétricos.

O presidente da Geely International, Lin Zhang, disse na terça-feira, 21, que definirá o projeto da fábrica até o fim do ano. "Estamos avaliando que tipo de veículo produzir", explicou. As opções são uma unidade com capacidade para 20 mil utilitários esportivos (SUVs) ao ano ou uma fábrica maior, para 150 mil carros, incluindo compactos.

O valor a ser investido vai depender dessa decisão. Executivos do grupo, que é dono da sueca Volvo, já visitaram Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Bahia e São Paulo - que tem a preferência do parceiro brasileiro no projeto, o Grupo Gandini, também representante da coreana Kia Motors no País.

Entre este ano e 2016, oito fabricantes inauguram unidades no Brasil, num total de quase R$ 5 bilhões em investimentos. Segundo fonte do governo de São Paulo que negocia a instalação da unidade, a BYD reserva pouco mais de R$ 200 milhões (US$ 100 milhões) para um projeto local, ainda embrionário.

As marcas que vão abrir fábricas de automóveis são Audi, BMW, Chery, Foton, JAC, Land Rover, Mercedes-Benz e Sinotruk. Além disso, três grupos já presentes no mercado brasileiro - Fiat, Honda e Nissan - vão inaugurar novas filiais.

Mesmo com a baixa de 0,9% nas vendas no ano passado em relação a 2012, para 3,8 milhões de veículos, incluindo caminhões e ônibus, o Brasil manteve-se como quarto maior mercado mundial. A previsão para este ano é de quase estabilidade, com no máximo 1,1% de recuperação, segundo projetam as fabricantes.


"O mercado brasileiro acendeu uma luz amarela, mas ainda é muito relevante", afirma Marcelo Cioffi, da PricewaterhouseCoopers (PwC). "O desempenho brasileiro não pode ser comparado ao da China, mas o País tem espaço para continuar crescendo, especialmente quando verificamos a relação de habitantes por veículo, ainda baixa se comparada a outros países."

O Brasil tem 5,5 habitantes por veículo. Na Argentina, a relação é de 4,5 habitantes por veículo, na Europa de 1,9 e nos Estados Unidos, de 1,6. Enquanto o Brasil patina, a China segue absoluta na liderança mundial do mercado automotivo. Com quase 22 milhões de veículos vendidos em 2013, registrou alta de 13,9% sobre 2012. Analistas projetam novo crescimento de 8% a 10% neste ano.

Recuperação

O mercado de veículos nos EUA, segundo no ranking mundial, cresceu 7,5% em 2013, para 15,6 milhões de unidades, número próximo ao do período pré-crise de 2008, quando montadoras receberam ajuda do governo para não falir. "Neste ano os EUA também terão um mercado forte", prevê Stephan Keese, da Roland Berger.

Segundo ele, a economia americana seguirá em ritmo de recuperação. Há um alto índice de confiança dos consumidores, inclusive entre os que deixaram de comprar carros novos durante a crise, e houve muitos lançamentos. "As fabricantes estão colocando no mercado modelos atrativos, de melhor qualidade e bastante equipados."

O Japão, terceiro no ranking mundial, cresceu 0,13% em 2013, para 5,38 milhões de veículos e tende a se manter estagnado. Na Europa, as vendas caíram 2%, para 12,3 milhões de veículos, o menor volume desde 1995, mas analistas veem sinais de recuperação neste ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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