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Montadoras apostam no salão do fim da crise

Um total de 260 marcas e 71 montadoras apresentarão suas últimas inovações em Paris


	Salão do Automóvel de Paris: não é o primeiro salão realizado sob o signo do otimismo
 (AFP)

Salão do Automóvel de Paris: não é o primeiro salão realizado sob o signo do otimismo (AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2014 às 09h16.

Paris - Um total de 260 marcas e 71 montadoras de todo o mundo apresentarão, a partir de sábado, 04, em Paris, suas últimas inovações para tentar reverter, enfim, a espiral negativa das vendas iniciada com a crise financeira internacional em 2007.

Reunidas no Salão do Automóvel de Paris, um dos eventos mais tradicionais do mundo na área, as montadoras buscam, em especial na Europa, recuperar as perdas de 20% nas vendas registradas desde o início da turbulência econômica, que atingiu em cheio o setor.

Não é o primeiro salão realizado sob o signo do otimismo. Na última edição, em 2012, executivos de montadoras da Europa e dos Estados Unidos já encaravam com mais segurança o horizonte.

Neste ano, mesmo empresas em crise, como a francesa Peugeot, vêm conseguindo resultados melhores porque até mercados como o da França, que enfrentou cinco anos de baixa, voltaram a crescer, ainda que de forma tímida.

Desde o início do ano, o aumento das vendas no mercado francês foi de 1,9%, enquanto no conjunto da Europa o incremento é mais nítido: 5,8%.

As montadoras voltaram a depositar a confiança na Europa e nos Estados Unidos, além dos mercados da Ásia - como a China e seus 24 milhões de automóveis vendidos só em 2014. Isso ocorre porque, em países emergentes como o Brasil, a Argentina e sobretudo a Rússia, as vendas têm decepcionado.

"O mercado europeu continua 20% inferior ao que era em 2007, enquanto o americano já ultrapassou seu nível de 2007. Logo, o senso comum indica que não há razão para que a Europa, lenta mais seguramente, volte a esse nível", disse Carlos Ghosn, diretor-presidente do grupo Renault-Nissan. "Creio que veremos o mercado europeu crescer entre 2% e 3% por muitos anos em frente, se as condições atuais se mantiverem."

Para Carlos Tavares, diretor-presidente do grupo PSA Peugeot-Citroën, a recuperação na Europa ainda é suscetível a recaídas e aos efeitos das políticas macroeconômicas, mas há razões para otimismo.

Alguns analistas, como Yann Lacroix, economista da consultoria Euler Hermès, chegam a apostar em um ritmo de crescimento de até 5% em 2014 e 2015. "É um crescimento relativamente frágil, mas nós o acolhemos de braços abertos", brincou Tavares, que assumiu neste ano as rédeas do grupo.

Sustentabilidade

Para retomar as vendas, a maior parte das montadoras europeias aposta em modelos que reduzam de forma drástica o consumo de combustíveis. Para tanto, segue a aposta em energias limpas, como veículos elétricos e híbridos - 26% dos franceses já cogitam a compra de modelos movidos a energia elétrica.

Além disso, também ganham espaço os projetos que enfatizam materiais mais leves e técnicas de fabricação menos custosas e, de quebra, ambientalmente sustentáveis. Até por isso, todo esforço será feito para explicar essa pequena revolução industrial em curso ao milhão de pessoas que devem passar pelos estandes do Parque de Exposições no sul de Paris, até 19 de outubro.

Entre os veículos que exemplificam essa tendência estão os concept cars - protótipos desenvolvidos para testes - Renault Eolab e Citroën C4 Cactus Airflow, que prometem o consumo de 1 a 2 litros de gasolina por 100 quilômetros rodados.

Além dos supertecnológicos, há lançamentos bem concretos e já chegando ao mercado como os ultracompactos Smart For-Two e Mini 5 portas, o Fiat 500 X, o novo Opel Corsa e a nova versão do já clássico Volkswagen Passat GTE, ou ainda o novo Mercedes-Benz AMG GT, uma das vedetes do salão de Paris. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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