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Monsanto apela contra condenação por caso de herbicida com glifosato

Em agosto, um júri popular concluiu que a Monsanto havia atuado intencionalmente ao não alertar para os riscos do uso de seus produtos

Monsanto solicitou a um tribunal de apelação que anule o veredicto de condenação em um caso histórico sobre o potencial cancerígeno de seu herbicida com glifosato (Brendan McDermid/Reuters)

Monsanto solicitou a um tribunal de apelação que anule o veredicto de condenação em um caso histórico sobre o potencial cancerígeno de seu herbicida com glifosato (Brendan McDermid/Reuters)

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AFP

Publicado em 21 de novembro de 2018 às 09h40.

A Monsanto anunciou que solicitou a um tribunal de apelação que anule o veredicto de condenação em um caso histórico sobre o potencial cancerígeno de seu herbicida com glifosato, ao mesmo tempo em que pediu um novo julgamento.

"Por meio de sua apelação da sentença e a emenda da sentença, a Monsanto também busca uma revisão da ordem do tribunal de primeira instância que nega a moção da Monsanto para um novo julgamento", afirma um advogado do grupo agroquímico no recurso.

No mês passado, o jardineiro Dewayne Johnson, que tem câncer e atribui a doença ao uso do produto químico Roundup e a sua versão profissional Ranger Pro, fabricados pela Monsanto, aceitou a redução do valor da indenização que havia sido determinada em agosto pela Justiça em uma condenação histórica contra a multinacional.

A juíza Suzanne Bolanos, que presidiu o caso no tribunal estadual da Califórnia, reduziu de 289 milhões de dólares para 78 milhões o valor da indenização, mas rejeitou o pedido da Monsanto para um novo julgamento e a anulação do veredicto geral do júri contra a empresa.

Em agosto, um júri popular concluiu que a Monsanto havia atuado intencionalmente ao não alertar para os riscos do uso de seus produtos e estabeleceu que estes contribuíram "consideravelmente" para a doença de Johnson, 46 anos, atualmente em fase terminal.

Diagnosticado em 2014 com linfoma não Hodgkin, um câncer que afeta os glóbulos brancos, Johnson disse que usou o Roundup e o Ranger Pro de maneira reiterada quando trabalhava em uma escola da Califórnia.

O laboratório Bayer, que comprou a Monsanto em junho por 62 bilhões de dólares, reiterou nesta quarta-feira em um comunicado que "nenhuma ciência apresentada durante o julgamento apoia a conclusão de que o glifosato, ou a fórmula do Roundup, eram a causa substancial do câncer do Sr. Johnson".

A demanda de Johnson teve como base descobertas de 2015 da Agência de Pesquisa do Câncer, que integra a Organização Mundial de Saúde da ONU, que classificou o glifosato como um provável cancerígeno.

A Monsanto defende o herbicida, argumentando que tem um histórico de mais de 40 anos de uso seguro.

Fundada em 1901 em St. Louis, Missouri, a Monsanto começou a produzir agroquímicos na década de 1940. Em 1976, lançou o Roundup, que se tornou seu principal produto.

O processo de Johnson contra o Roundup foi o primeiro, mas analistas consideram que uma derrota judicial da Monsanto poderia abrir a porta para milhares de outros julgamentos contra a empresa.

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