Cais do Porto do Rio de Janeiro: o grupo pediu ainda melhoria das estruturas rodoviária e ferroviária que se ligam aos portos e na cabotagem (Tânia Rêgo/ABr)
Da Redação
Publicado em 15 de agosto de 2013 às 14h03.
São Paulo - O Grupo A.P. Moller-Maersk tem interesse em investir em projetos portuários no Brasil, reiteraram nesta quinta-feira executivos da companhia. Mas depois que uma das iniciativas do grupo, a Brasil Terminal Portuário (BTP), na qual investiu por meio da APM Terminals com a Terminal Investment Limited (TIL), enfrentou dificuldades para iniciar operações, os representantes do A.P. Moller-Maersk reivindicam mais diálogo com o governo e cobram redução da burocracia e investimento para eliminar os gargalos de escoamento das cargas até os portos.
"O Brasil tem muito potencial, muitas oportunidades, mas algumas são limitadas por outras questões", disse o diretor da Maersk Line Peter Gyde, lembrando dos caminhões parados nas rodovias que dão acesso aos portos do País e da burocracia. Gyde defendeu o foco dos esforços da administração federal "no que faz sentido", como na melhoria das estruturas rodoviária e ferroviária que se ligam aos portos e na cabotagem.
"Podemos investir, queremos investir e fazer mais, mas não faz sentido ter um terminal novo se os caminhões ficarão parados", disse. Alfinetando o fato de que o programa de investimentos em logística ainda não saiu do papel, acrescentou: "Se o governo se propõe a investir, que comece a gastar".
Ele participou de apresentação de pesquisa elaborada pela empresa sobre os gargalos logísticos no Brasil. Durante a apresentação, o diretor presidente da empresa de cabotagem Mercosul Line, Roberto Rodrigues, destacou que o A.P.Moller-Maersk iniciou em 2008 um programa de aportes de US$ 6 bilhões no País para eliminar os gargalos logísticos e desenvolver o negócio de petróleo e gás, após considerar o Brasil como prioritário.
Parte dos recursos foi aplicada na construção do BTP, cujo investimento total foi de US$ 1 bilhão. Outros US$ 2,2 bilhões foram empregados em 16 navios da classe Sammax, desenvolvidos, especialmente, para as águas rasas brasileiras e para os quais a companhia prevê uma melhoria de 37% na produtividade de atracação, além de uma redução de 10% no consumo de combustível. Já a Mercosul Line investiu US$ 200 milhões em três navios.