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MMX reverte perda e lucra R$ 85,8 mi no 3º trimestre

Em 2009, o mesmo trimestre foi de prejuízo para a empresa, R$ 27,2 milhões

Eike Batista: a MMX já produziu 5,6 milhões de toneladas de minério de ferro em 2010 (Marcelo Correa/EXAME)

Eike Batista: a MMX já produziu 5,6 milhões de toneladas de minério de ferro em 2010 (Marcelo Correa/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2010 às 13h47.

Rio de Janeiro/São Paulo - A MMX, braço de mineração do grupo EBX, do bilionário Eike Batista, apresentou nesta sexta-feira lucro trimestral, de 85,8 milhões de reais no terceiro trimestre, revertendo o prejuízo de 27,2 milhões de reais apurado em igual período do ano passado.

O lucro surpreendeu analistas como Antonio Emilio Ruiz, do Banco do Brasil, que esperava novamente números no vermelho para a mineradora.

"Eu esperava prejuízo, tanto que mudei hoje minha recomendação de hold (manter) para buy (comprar), disse Ruiz à Reuters.

Um dos fatores que contribuíram para o lucro, segundo Ruiz, foi a melhora da margem bruta da companhia, que já vinha de um patamar alto no segundo trimestre.

"A receita foi em linha com o esperado, mas as margens vieram melhores, o que indica que os preços do minério foram melhores", explicou Ruiz, lembrando que a margem bruta da empresa já vinha de um patamar alto no segundo trimestre.

"A sustentação do nível da margem foi muito bom, e isso fez dar lucro líquido", avaliou.

A margem bruta, que mede a rentabilidade da empresa excluindo os impostos sobre as vendas e o Custo do Produto Vendido (CPV), foi de 67 por cento no terceiro trimestre, ante 62,6 por cento no trimestre anterior, segundo informou o analita do Banco do Brasil.

Ebitda forte

A companhia registrou o segundo trimestre consecutivo de Ebitda ajustado positivo, atingindo 72,5 milhões de reais, 541 por cento a mais do que há um ano.

"Essa foi outra boa notícia, apesar de não ter havido diferença entre o valor do Ebitda ajustado para o Ebitda", disse o analista, explicando que o ajuste impactou períodos anteriores, e não o terceiro trimestre.


A produção de minério de ferro de julho a setembro subiu ligeiramente, para 1,897 milhão de toneladas, contra 1,844 milhão de toneladas do trimestre anterior. No mesmo período do ano passado a empresa produziu 1,502 milhão de toneladas do produto.

No acumulado do ano a MMX produziu 5,6 milhões de toneladas, superando a produção anual de 2009 (5,2 milhões de toneladas) e 2008 (5 milhões de toneladas).

A empresa, criada em 2005, vendeu 1,755 milhão de toneladas no terceiro trimestre, abaixo dos 1,833 milhão de toneladas do trimestre anterior. Desse total, 64 por cento foram para o mercado interno e 36 por cento para o mercado externo.

"O aumento de capital que estamos realizando permitiu entrada do parceiro sul-coreano SK Networks como acionista, a oferta para aquisição do Superporto Sudeste e aquisições de novos recursos e reservas de minério de ferro no estado de Minas Gerais" destacou em um comunicado Roger Downey, presidente e diretor de Relações com Investidores da MMX.

Brasil estável

A companhia afirmou em relatório que as perspectivas para o crescimento do comércio transoceânico de minério de ferro permanecem positivas, puxadas pela China e outras grandes economias globais.

"Recentemente, já notamos uma recuperação da produção siderúrgica na China após o corte imposto pelo governo em setembro com o objetivo de economizar energia. O aumento na atividade industrial e a recomposição dos estoques nos portos chineses indicam que a demanda no quarto trimestre do ano irá se recuperar", afirmou a MMX.

"A redução da demanda na Europa, por sua vez, poderá ser compensada pela ampliação na Coreia do Sul, Oriente Médio e, em menor escala, no Japão", previu.

Para o Brasil, a companhia aguarda um quarto trimestre com demanda estável, devido aos altos estoques, mas com perspectivas de crescimento em 2011, refletindo o aumento de 12 por cento no imposto sobre importação do aço comprado a preços inferiores ao mercado interno.

"(A alta do imposto) deverá causar, a partir de 2011, uma redução na quantidade de aço importado e um aumento na produção nacional, o que, consequentemente, ampliará a demanda doméstica por minério de ferro", avaliou a MMX.

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