Itaú BBA reiterou sua recomendação de desempenho acima da média de mercado (outperform) para as ações da MMX (MMXM3) (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 28 de março de 2012 às 17h18.
São Paulo - A MMX, mineradora do empresário Eike Batista, pode receber nos próximos dias a licença que faltava para iniciar a construção do complexo que expandirá a mina de Serra Azul, abrindo caminho para a mineradora quase triplicar sua produção.
O assunto está previsto para ser tratado na próxima segunda-feira reunião do Conselho Estadual de Política Ambiental de Minas Gerais (Copam), segundo informação disponível no site do órgão.
"Estamos preparados para começar a construção imediatamente, com contrato pronto, empreiteiros à disposicao", afirmou o presidente e diretor de Relações com Investidoros da MMX, Guilherme Escalhão, em teleconferência para analistas de mercado nesta quarta-feira.
A licença de instalação aguardada pela MMX permitirá a construção do complexo de beneficiamento de Serra Azul, situada na região do Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais, que fará a produção da MMX passar de 8,7 milhões de toneladas de minério de ferro por ano para 24 milhões de toneladas anuais.
O projeto, com perspectiva de entrada em operação no primeiro trimestre de 2014, prevê usina terminal ferroviário, um transportador de correia de longa distância, adutoras e estrutura para transmissão de energia.
"Cumprimos todos os requisitos, temos já licença inicial para o complexo de beneficiamento, obtida em agosto passado, e estamos prontos para obter a licença de implementação e de construção; esperamos que isso aconteça em breve", acrescentou o executivo.
A partir da licença, a empresa poderá obter financiamento para o projeto, que deverá consumir 4 bilhões de reais em investimentos. A empresa pretende financiar 75 por cento deste valor.
US$1 bi dos asiáticos
O executivo informou na teleconferência que a empresa recebeu recentemente carta de intenção de bancos de fomento da China e da Coreia em valor que soma 1 bilhão de dólares.
A companhia da holding controlada por Eike Batista negocia com bancos de desenvolvimento da China e da Coreia do Sul, além do BNDES, financiamentos para cobrir parte dos investimentos do projeto de minério de ferro de Serra Azul.
A chinesa Wuhan Iron & Steel (Wisco) possui participação de 16 por cento na MMX, enquanto a coreana SK Networks detém 14 por cento. As duas fecharam contratos de 20 anos de fornecimento de minério de ferro com a empresa de Eike Batista.
A companhia informou em novembro que negociava na China com o CBC (China Development Bank) e com o Export-Import Bank of China. Na Coreia, da mesma forma, com o KDB (Korean Development Bank) e o Korea Exim. Itaú BBA e WeltLB foram contratados para auxiliar nas negociações.
Ações em alta
A expectativa de liberação da licença - e de financiamento -impulsionou os as ações da MMX neste ano. Depois de amargar queda constante a partir do segundo semestre do ano passado, as ações da companhia passaram a subir em 2012.
De janeiro até o fechamento desta terça-feira, os papéis acumulam alta de 39 por cento e, segundo um analista, a alta se deve às perspectivas de obtenção da licença.
Porto do Sudeste
A expectativa da companhia é que já em abril haja audiências públicas para a análise de projetos ambientais necessárias ao desenvolvimento do Porto do Sudeste.
O minério de ferro produzido na Unidade de Serra Azul será exportado pelo Superporto Sudeste, que está em fase avançada de construção no município de Itaguaí (RJ). O Superporto Sudeste terá capacidade operacional de 50 milhões de toneladas por ano, na primeira fase, e a MMX já trabalha na expansão para 100 milhões de toneladas numa segunda fase.
Em setembro, a MMX arquivou no órgão ambiental do Rio de Janeiro EIA/RIMA requisitando a licença para a expansão da capacidade do Superporto Sudeste e tem como próximo passo para o licenciamento a realização de audiências publicas nas comunidades ao entorno, em Itaguaí.