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Mitsui diz que Eletronet é "fator preocupante" no país

O desfecho do caso Eletronet pode prejudicar a imagem do país junto a um importante parceiro comercial, o grupo japonês Mitsui. Acionista da Furukawa, principal credor da empresa, o Mitsui possui negócios em vários setores da economia nacional, além de operações de trading que envolvem 400 milhões de dólares por ano. "O assunto poderá se […]

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Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2013 às 10h52.

O desfecho do caso Eletronet pode prejudicar a imagem do país junto a um importante parceiro comercial, o grupo japonês Mitsui. Acionista da Furukawa, principal credor da empresa, o Mitsui possui negócios em vários setores da economia nacional, além de operações de trading que envolvem 400 milhões de dólares por ano.

"O assunto poderá se tornar um fator preocupante para nossas atividades no Brasil", afirmou a companhia. De acordo com a Mitsui, o grupo atua no país há 40 anos com investimentos e financiamentos importantes nas áreas de mineração, transportes, petroquímica e telecomunicações.

Junto com a americana Lucent, a Furukawa detém 85% da dívida de 550 milhões de reais da Eletronet, empresa de telecomunicações que pertence a Lightpar, da Eletrobras (com 49% de participação) e à americana AES (com 51%).

A AES, que também é dona da Eletropaulo e deve 4,1 bilhões de reais ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), foi afastada da gestão da Eletronet em setembro de 2002, quando deixou de executar um aporte de capital de 13 milhões.

A Eletrobras assumiu a gestão da empresa - mas não suas dívidas - e no dia 28/4 entrou com o pedido de falência da empresa na Justiça do Rio de Janeiro. Junto, foi encaminhado um pedido de liminar para garantir a continuidade do negócio. Em outras palavras, a empresa pediu falência, mas quer continuar a operar.

O motivo: sua rede é responsável pela transmissão de energia e sinais de telecomunicações para diversas distribuidoras e operadoras.

"Se a empresa é de interesse público, então o pedido de falência não faz sentido", diz Foad Shaikhzadeh, presidente da Furukawa. De acordo com o executivo, os cabos fornecidos pela Furukawa e que não foram pagos estão sendo utilizados em linhas de transmissão de energia públicas, o que transferiria para a Eletrobras a responsabilidade da dívida.

"Eu não quero saber se os sócios da Eletronet estão se desentendendo. O que não é certo é uma empresa comprar cabos, usá-los e não pagar por isso."

A Eletrobras se recusa a assumir a dívida da Eletronet baseada em um contrato assinado com a AES em que foi acertado o seguinte: a empresa estatal entraria na sociedade concedendo o direito de passagem dos cabos da Eletronet em seus postes e a AES seria responsável pela gestão da empresa. Para a Eletrobras e a Lightpar, "esta é mais uma tentativa de empurrarem a conta para o governo. A Lightpar não é a responsável por esta dívida."

"A questão não é bem assim", diz José Roberto Campos, vice-presidente da Lucent, que forneceu o sistema óptico da rede da Eletronet. "Mantivemos a rede funcionando até agora porque nos pediram e entendemos, na época, que a Eletrobras iria chegar a uma solução", diz. "O pedido de falência foi uma surpresa."

Para Shaikhzadeh, da Furukawa, a condução do caso Eletronet prejudica a imagem do país. "O episódio pode colocar em risco o crédito do Brasil", afirma ele.

O julgamento do pedido de falência da Eletronet está sendo esperado para esta semana.

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