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Ministro diz que Oi sofreu "desfalque" em calote

Para Paulo Bernardo, esse fator pode ter levado a empresa a ficar de fora do leilão 4G realizado recentemente pelo governo federal


	Paulo Bernardo: "deram um desfalque na empresa. Fizeram um empréstimo pouco antes da empresa quebrar", disse
 (Agência Brasil)

Paulo Bernardo: "deram um desfalque na empresa. Fizeram um empréstimo pouco antes da empresa quebrar", disse (Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2014 às 11h07.

São Paulo - O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou nesta terça-feira que a operadora de telefonia Oi sofreu um "desfalque" no processo de fusão com a Portugal Telecom, o que pode ter levado a empresa a ficar de fora do leilão 4G realizado recentemente pelo governo federal.

Comentando sobre as dificuldades da Oi, que trocou seu presidente neste mês e tem dívida de 46 bilhões de reais, Bernardo afirmou que "deram um desfalque na empresa. Fizeram um empréstimo pouco antes da empresa quebrar".

Ele se referiu ao escândalo de colapso do grupo Espírito Santo, importante acionista da Portugal Telecom e cuja holding Rio Forte deu calote em um empréstimo de 847 milhões de euros concedido pela Portugal Telecom.

O calote azedou as relações entre os acionistas da Oi e culminou com a desistência da empresa do leilão 4G em 700 MHz.

"Não podemos ignorar e talvez isso teve como consequência a não participação da Oi no leilão, o que acho negativo para a empresa", disse Bernardo durante debate na feira de telecomunicaçoes Futurecom.

O ministro afirmou ainda que não é o papel do governo federal promover ou barrar processo de consolidação do setor no Brasil, mas de verificar que esteja sendo feito de acordo com as regras do setor, que podem ser revistas, disse.

"O governo não está na corretagem. O governo considera natural uma empresa se fundir ou comprar outra. A Anatel tem que olhar os regulamentos, que eventualmente podem até ser mudados", disse Bernardo.

Fontes afirmaram à Reuters na semana passada que o governo federal já começou a trabalhar com o cenário de redução de quatro para três no número de grandes operadoras de telecomunicações no mercado brasileiro, diante de um quadro em que a "campeã nacional", a Oi, está fragilizada e rivais dentro e fora do país promovem um intenso movimento de consolidação da indústria.

Uma venda da Oi para a TIM, ou mesmo uma fusão entre as duas, já começa a ser mencionada entre integrantes do governo federal como possível solução para garantir que a empresa faça os investimentos necessários para concorrer com as duas gigantes do setor no país, a Vivo, da espanhola Telefónica, e Claro, da mexicana América Móvil.

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