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Ministro de Energia defende "golden share" na Eletrobras

O ministro disse que Meirelles colocou-se contra o mecanismo em outras empresas, mas a discussão no caso da Eletrobras está em andamento

Eletrobras: para viabilizar a venda das distribuidoras é preciso resolver dívidas bilionárias de uma delas (Nadia Sussman/Bloomberg)

Eletrobras: para viabilizar a venda das distribuidoras é preciso resolver dívidas bilionárias de uma delas (Nadia Sussman/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 28 de setembro de 2017 às 16h17.

Paracambi, Rio de Janeiro - O Ministério de Minas e Energia tem defendido junto ao presidente Michel Temer e à equipe econômica que é "fundamental" que a União detenha um poder de veto sobre assuntos estratégicos na Eletrobras após a pretendida privatização da companhia, que deve ser realizada até o final do primeiro semestre de 2018 e deixar o governo com uma fatia minoritária na estatal.

O ministro Fernando Coelho Filho disse nesta quinta-feira que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, colocou-se contra o mecanismo de "golden share" em empresas como o IRB e a Embraer, mas que no caso da Eletrobras a discussão está em andamento dentro do governo federal.

"Eu tenho defendido no grupo que tem trabalhado nessa modelagem (da privatização) que é fundamental a gente ter a 'golden share', eu disse isso para o presidente (Temer), disse isso pro Meirelles, pro Dyogo (Oliveira, ministro do Planejamento)... vamos defender, e a expectativa é que a gente vá ter, sim, a 'golden share' para nos assuntos estratégicos o governo ter poder de veto", disse Coelho Filho a jornalistas, após participar do lançamento de obras da chinesa State Grid no Rio de Janeiro.

Já a privatização de seis distribuidoras de eletricidade da Eletrobras no Norte e Nordeste deve acontecer antes da desestatização da companhia, lembrou Coelho Filho.

Segundo ele, é possível que a venda dessas empresas aconteça ainda neste ano ou "o mais tardar" até fevereiro de 2018.

Eletrobras x Petrobras

Um dos assuntos mais importantes para viabilizar a venda das distribuidoras é resolver dívidas bilionárias de uma delas, a Eletrobras Amazonas, junto à Petrobras, pelo fornecimento de gás e óleo para a operação de termelétricas.

O ministro Coelho Filho disse que o assunto é discutido entre os presidentes das duas estatais e que a expectativa é de uma solução para os débitos até o final deste ano.

Segundo ele, a negociação deve envolver termelétricas da Eletrobras como abatimento de parte da dívida.

"Já tem uma negociação que vinha acontecendo, mas diria que está mais avançada, com a Petrobras, até falando da transferência de ativos (da Eletrobras para a Petrobras) para poder abater, disse ele a jornalistas.

Questionado sobre o interesse da Petrobras em assumir térmicas da Eletrobras em um momento em que a petroleira tem buscado vender ativos, Coelho Filho afirmou ter convicção na alternativa em discussão.

"A Petrobras não tem interesse é em ficar com a dívida sem receber... acho que as duas empresas têm consciência de que querem resolver o problema e que para resolver tem que ter algum espaço de negociação."

A Petrobras aprovou no final de agosto uma operação para injetar 6,3 bilhões de reais em sua subsidiária de distribuição de combustíveis BR Distribuidora, em troca de tirar do balanço da unidade recebíveis com a Eletrobras.

A reestruturação teve como objetivo "limpar" a BR antes da oferta inicial de ações (IPO) da companhia.

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