Negócios

Ministério da Fazenda é contra acordo Nestlé-Garoto

Ministério da Justiça deve seguir a Fazenda na análise do processo

Processo já se arrasta há quase 10 anos. Cade vetou a operação sob o argumento de que o mercado de chocolates ficaria com concentração muito acima dos 20% (Getty Images)

Processo já se arrasta há quase 10 anos. Cade vetou a operação sob o argumento de que o mercado de chocolates ficaria com concentração muito acima dos 20% (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2011 às 09h24.

Brasília - Os órgãos de defesa da concorrência não querem saber do acordo proposto pela Nestlé para colocar um fim à novela sobre o veto à fusão com a Garoto, que já se arrasta há quase 10 anos. O Ministério da Fazenda se posicionou contrário às sugestões, que são confidenciais mas não satisfazem às avaliações dos órgãos sobre o caso. Agora é o Ministério da Justiça que faz a análise e, como é de praxe, deve seguir a Fazenda.

Com a avaliação dos ministérios em mãos, a Advocacia-Geral da União (AGU), que inusitadamente recebeu a proposta de acordo no lugar do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), estudará que posição tomar. A AGU não quer se pronunciar sobre o assunto, por enquanto, pois o processo ainda não chegou à suas mãos.

Em 2004, o Cade vetou a operação sob o argumento de que o mercado de chocolates ficaria com concentração muito acima dos 20% considerados como teto pela autarquia - principalmente nos segmentos de bombons e coberturas. As empresas alegam que o Cade extrapolou o prazo de 60 dias para o julgamento.

Com o veto ao negócio, a Nestlé resolveu acionar a Justiça. Como a operação não pode ser efetivada até a palavra final do Judiciário, as empresas partiram para um acordo. E estariam pressionando por uma negociação justamente por conta do placar favorável da Justiça à reavaliação pelo Cade ao longo dos anos.

De qualquer forma, espera-se que, nos próximos meses, o Tribunal Regional Federal (TRF) de Brasília dê sua palavra sobre o assunto.

Alternativa

Cansado de ver o tema se arrastar por tanto tempo e com um histórico de negociações recentes em casos polêmicos consideradas positivas, o presidente do Cade, Fernando Furlan, disse que, após a decisão do TRF, poderá levar o tema para o plenário decidir. "Vamos chegar a um momento de verificar se vale a pena continuar recorrendo ou se será melhor fazer um novo julgamento afastando aspectos meramente processuais", considerou.

São sete os membros do Conselho a votar sobre a decisão. Além de decidir sobre se retomarão o caso, será preciso definir, por exemplo, se a avaliação será em cima dos dados do mercado de chocolates atuais ou de 2004, quando a operação recebeu o "não" da autarquia. Para Furlan, as discussões jurídicas que ocorrem hoje não dizem respeito ao mérito e o ideal seria "sanear" o processo.

Mesmo que o Cade opte por uma segunda avaliação do caso, não significa que haverá uma nova decisão. Ao contrário. Segundo Furlan, a tendência é a de que, em novo julgamento, o resultado seja idêntico ou muito similar ao de 2004. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:AlimentaçãoAlimentosCadeEmpresasEmpresas suíçasFusões e AquisiçõesGarotoMinistério da FazendaNestléTrigo

Mais de Negócios

Com 20 minutos de trabalho por dia, jovem fatura quase meio milhão de dólares com vendas na internet

Casal investe todas as economias em negócio próprio — e fatura milhões com essa estratégia

Bamba, Kichute, Montreal, Rainha: o que aconteceu com as marcas de tênis que bombaram nos anos 80

Rappi zera taxa para restaurantes e anuncia investimento de R$ 1,4 bilhão no Brasil