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Minerva Foods reporta lucro de R$ 271 milhões no 1º tri e reverte prejuízo

No período, a divisão Brasil foi responsável por 48% do faturamento do grupo

Operação da Minerva Foods (Ricardo Benichio/Exame)

Operação da Minerva Foods (Ricardo Benichio/Exame)

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Juliana Estigarribia

Publicado em 28 de abril de 2020 às 21h06.

Última atualização em 28 de abril de 2020 às 21h17.

A Minerva Foods registrou lucro líquido de 271 milhões de reais no primeiro trimestre deste ano, revertendo prejuízo de 31,4 milhões de reais no mesmo período do ano passado. Segundo balanço divulgado na noite desta terça-feira, 28, o desempenho se deve, entre outros fatores, aos melhores preços praticados, mesmo em um cenário de pandemia do novo coronavírus.

“Tivemos um resultado muito bom no período”, avalia Edison Ticle, diretor financeiro da companhia. A receita bruta consolidada atingiu 4,4 bilhões de reais no primeiro trimestre; a receita líquida alcançou 4,1 bilhões de reais, alta de 11,8% na mesma base de comparação.

No entanto, o abate total da companhia (incluindo as operações da Athena Foods) recuou 11,4% no primeiro trimestre.

Já a geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou 381,5 milhões de reais nos três primeiros meses do ano, aumento de 16% ante igual intervalo de 2019. 

De janeiro a março, a divisão Brasil foi responsável por 48% do faturamento, enquanto a Athena Foods - que opera no Uruguai, Paraguai, Colômbia, Chile e Argentina - contribuiu com 43% do total. 

As exportações atingiram 68% do faturamento do Minerva no trimestre, com os preços da carne bovina mais favoráveis no período. 

“A China e outros países da Ásia estão se recuperando mais rapidamente. Falta carne bovina no mercado asiático, que está sendo suprida pelo mercado sul-americano”, diz Ticle.

Com o desempenho positivo no primeiro trimestre, a companhia encerrou o período com 6,3 bilhões de reais em caixa. “Trata-se da maior posição de caixa que já tivemos”, acrescenta.

Mercado interno

No Brasil, a empresa está mais pessimista em relação à demanda de carne bovina. O executivo do Minerva acredita que, diante da queda da renda, haverá migração para proteínas mais baratas.

O mercado brasileiro representa cerca de 15% da receita da companhia, dos quais metade vem do segmento de food service (fornecimento a restaurantes) e, o restante, do varejo.

Segundo Ticle, as vendas no food service tiveram uma queda significativa, mas que foi parcialmente compensada pelo crescimento no varejo, principalmente de médio e grande porte. 

“Registramos uma queda de cerca de 5% nos volumes internos, mas os preços subiram 20% na comparação anual”, explica o executivo.

Testes

O temor de contágio pelo coronavírus entre trabalhadores de frigoríficos está crescendo nos Estados Unidos, mas de acordo com o Minerva, a situação está controlada na empresa, principalmente no Brasil.

Os funcionários do administrativo e do grupo de risco foram colocados em home office e, além de medidas de segurança para quem está produzindo, o Minerva começou a testar os empregados das unidades da América do Sul. 

A empresa registrou 13 casos no Paraguai e apenas um no Brasil. “Identificamos rapidamente e não tivemos nenhum problema de contaminação maior”, garante. 

 

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