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Mili investe R$ 100 milhões para crescer em papel higiênico premium

Marca brasileira espera faturar R$ 2 bilhões em 2022 e tem meta de chegar a R$ 2,5 bilhões em 2024

Daniel Signori, diretor da Mili: meta de chegar a R$ 2,5 bilhões em faturamento até 2024 (Mili/Divulgação)

Daniel Signori, diretor da Mili: meta de chegar a R$ 2,5 bilhões em faturamento até 2024 (Mili/Divulgação)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 18 de agosto de 2022 às 08h00.

A fabricante brasileira de papel tissue Mili quer virar referência em papel higiênico premium. A companhia vai investir R$ 100 milhões até 2023, o que vai permitir ampliar a produção dos itens com foco na qualidade.

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“A marca foi muito conectada ao papel reciclado e sofreu preconceito por ser uma marca barata. Nosso foco agora é construir uma marca de qualidade que mostre o cuidado com o consumidor”, diz Daniel Signori diretor da Mili. Além do papel higiénico, vão ganhar força produtos como toalhas umedecidas, absorventes femininos toalha de cozinha e hastes flexíveis.

O mercado brasileiro de papel tissue está movimentado. Em novembro do ano passado, a Softys, da chilena CMPC, comprou a Carta Fabril, por R$ 1,14 bilhão. Em 2019, a chilena já havia comprado a paranaense Sepac, por R$ 1,3 bilhão. Já a multinacional Kimberly-Clark, dona das marcas Neve e Kleenex, estuda a venda de seus ativos no Brasil.

Signori diz que a A Mili não entrou no páreo para adquirir os ativos. Também afirma que vender a empresa não está nos planos. “As aquisições não estão no nosso plano de negócios. Estamos de olho no nosso crescimento orgânico”, diz.

O setor viu uma queda significativa nas margens nos últimos anos, com aumento do preço da celulose. Nesse contexto, a aposta no segmento premium é uma forma de ampliar as margens para a Mili. Mas os outros segmentos também devem continuar relevantes para a empresa. As vendas da companhia se dividem hoje em 40% de produtos feitos com fibra virgem, como papel higiênico, toalha de cozinha e guardanapos, 30% de produtos de cuidados pessoais, como hastes flexíveis, fraldas e absorventes e 30% de produtos feitos com material reciclado. A ideia é manter essa proporção.

Na frente de reciclados, a meta é investir na qualidade dos produtos e na comunicação com o consumidor. “Temos aqui um preconceito grande com fibra reciclada que não existe na Europa, por exemplo. Lá a toalha de cozinha reciclada é valorizada, pois tem uma pegada ecológica”, diz.

A Mili tem mais de 150 itens no portfólio. Em 2020, a companhia traçou a meta de chegar a 2024 com faturamento acima de 2 bilhões. Em 2021, fechou com R$ 1,8 bilhão e deve chegar a R$ 2 bilhões este ano, adiantando o plano em dois anos. Com o investimento previsto a Mili agoa espera chegar em 2,5 bilhões em 2024.

A companhia tem hoje três fábricas em funcionamento, e 12 centros de distribuição e atende mais de 100 mil pontos de venda.

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