Negócios

Tchau TAG? Essa ideia pode resolver o trânsito nos pedágios e economizar até R$ 60 milhões

O mercado é dominado por Sem Parar, Veloe e ConectCar, mas uma nova startup quer desafiar esse modelo (e os fundadores já fizeram isso antes)

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 10 de outubro de 2025 às 06h12.

O setor de pedágios no Brasil movimenta cerca de R$ 20 bilhões anualmente, mas enfrenta uma grande dificuldade: o pagamento com TAGs (aquele adesivo colado no carro que ajuda a pagar automaticamente) não é acessível a todos.

Embora existam 83 milhões de veículos no país, apenas 12 milhões usam a TAG para pagar o pedágio, o que gera um processo demorado e, muitas vezes, caro para quem percorre longas distâncias diariamente.

O mercado é dominado por gigantes como Sem Parar e ConectCar, mas uma nova startup quer desafiar esse modelo (e os fundadores já fizeram isso antes): a MeuPedágio.

A empresa tem contratos firmados que garantem um faturamento de R$ 5 milhões no primeiro ano de operação, com a meta de alcançar R$ 10 milhões até o final do ano.

A MeuPedágio foi fundada pelos paulistas Danilo Tavares e Eder Regiani. Com mais de 20 anos de carreira, ambos participaram de mudanças importantes no setor, como a quebra do monopólio do Sem Parar e a popularização do pagamento por TAG com empresas como ConectCar e Veloe.

O que ela faz de diferente?

A MeuPedágio elimina a necessidade de ter uma TAG no carro ou precisar pegar fila na hora do pedágio. A startup criou um sistema de pagamento baseado na leitura da placa do veículo.

Quando o carro ou caminhão passa por um pedágio, o sistema identifica automaticamente a placa e o pagamento é feito posteriormente, via Pix, sem custos extras para o motorista.

Este sistema elimina as mensalidades e o custo de adesão das TAGs tradicionais, tornando o processo de pagamento mais acessível, especialmente para motoristas autônomos e pequenos transportadores.

"Não queremos botar mensalidade nunca, e faremos de tudo para que isso não aconteça", diz Tavares.

Por que agora?

A MeuPedágio aproveitou uma mudança importante nas regras do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) em 2023, que permitiu que a placa do veículo fosse usada como o método principal de pagamento em pedágios.

"Entendemos que a decisão foi feita para permitir uma cobrança mais justa e acessível para todos os motoristas, além de resolver a resistência à TAG", diz Regiani.

Com isso, a startup conseguiu criar uma plataforma mais simples e acessível, ajudando também as concessionárias a combater a inadimplência crescente.

A tecnologia ajuda as concessionárias a reduzir a evasão de receitas, que pode alcançar até 5% a 6% nos sistemas de Free Flow, onde o pagamento é feito automaticamente ao passar pela praça de pedágio.

Segundo a MeuPedágio, a evasão representa uma perda de até R$ 60 milhões por ano só no estado de São Paulo.

Economia milionária

Sem cobrar mensalidade, a MeuPedágio já firmou parcerias com empresas como Bradesco e RoadCar, além de ser escolhida pela Infra S.A., uma estatal do governo, para desenvolver um sistema de fiscalização do Vale Pedágio Obrigatório (VPO), que garante o pagamento correto dos pedágios sem complicações.

O VPO é uma exigência legal que obriga o embarcador (quem contrata o frete) a pagar o pedágio do caminhoneiro.

Com isso, a startup facilita o acesso ao pedágio, permitindo que motoristas autônomos, que não têm TAG, possam pagar de forma simples e sem custos extras.

“Quanto mais pessoas pagarem de maneira justa, mais as rodovias vão melhorar e os serviços serão de qualidade para todos”, diz Tavares.

Acompanhe tudo sobre:PedágioExploração de rodoviasCarros

Mais de Negócios

Pés cansados? Fabricantes de calçados mudam estratégia e apostam em conforto

Aos 27 anos, fundador de site de apostas é o bilionário sem herança mais jovem do mundo

A crise do metanol não impediu essa marca de lançar coquetéis em caixinha

Este executivo de 50 anos tem uma atividade paralela que traz retorno de US$ 455 mil por ano