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Metrô de SP investiu 27% menos no ano passado

Por causa da crise econômica, as obras metroviárias atrasaram e foram abandonadas, como a Linha 4-Amarela de metrô e Linha 17-Ouro de monotrilho


	Obras de expansão da Linha 4 do Metrô: crise levou a atraso e abandono de obras
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Obras de expansão da Linha 4 do Metrô: crise levou a atraso e abandono de obras (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2016 às 12h17.

São Paulo - Os investimentos feitos pelo Metrô de São Paulo na modernização da rede atual e na expansão da malha metroviária caíram 27% em 2015, na comparação com o ano anterior.

Balanço anual da companhia divulgado nesta semana mostra uma redução de R$ 1,16 bilhão nos valores aplicados em melhorias de quatro das cinco linhas existentes - a Linha 4-Amarela é operada pelo setor privado - e nas obras de construção e ampliação de outras cinco linhas.

O Metrô afirma, em nota, que os valores investidos na expansão de sua rede "seguem um planejamento anual e são maiores ou menores conforme a etapa de execução das obras".

Segundo a companhia, "o total investido em 2015 - R$ 3,15 bilhões - não demonstra queda no investimento, mas uma etapa diferente do avanço dos trabalhos". Em 2014, o investimento total foi de R$ 4,3 bilhões, em valores corrigidos pela inflação.

O ano passado foi marcado pelo agravamento da crise econômica do País - queda de 3,8% do PIB -, que resultou em perda real de arrecadação do Estado com impostos, e também pelo atraso e abandono de obras metroviárias, como na Linha 4-Amarela de metrô (Luz-Vila Sônia) e Linha 17-Ouro de monotrilho (Jabaquara-Morumbi).

Só em expansão da rede, a queda dos investimentos em relação a 2014 foi de 22,67%. As obras mais afetadas foram as da extensões da Linha 4, paralisadas em agosto, e da Linha 2-Verde (Vila Prudente-Dutra).

Os dados não incluem a Linha 6-Laranja (Brasilândia-São Joaquim), feita por Parceria Público-Privada (PPP). Segundo o Metrô, por causa da rescisão contratual da Linha 4, só 30% dos R$ 289,9 milhões previstos nela foram aplicados.

A estatal recebeu nesta semana as propostas para retomar a construção, que deve levar mais três anos e custar ao menos R$ 850 milhões.

Apesar dos atrasos nas obras, os números mostram uma queda ainda maior nos investimentos feitos na rede atual - redução de 54,5% na comparação com 2014, ou R$ 316 milhões a menos.

A maior redução porcentual (-80,4%) foi na Linha 5-Lilás (Capão Redondo-Largo Treze), mas em valores absolutos a linha mais afetada foi a 3-Vermelha (Barra Funda-Itaquera), com menos R$ 176,2 milhões.

Qualidade

Com 22 km de extensão e 18 estações, a Linha 3 é a que mais transporta passageiros. Foram 430 bilhões de viagens em 2015. Para Horácio Augusto Figueira, consultor em engenharia de transportes de passageiros, a queda nos investimentos compromete a qualidade do transporte.

"Qualquer redução de investimento é ruim. Como usuário, posso afirmar que está faltando trem. O sistema opera no limite, mas ainda é possível colocar mais composições nos horários de pico com segurança para reduzir o tempo de espera e a superlotação, principalmente nas Linhas 1 e 3."

O Metrô afirma que o investimento nas linhas e estações existentes "foi adequado ao orçamento da companhia" para 2015.

"Mesmo com inflação de 10,71%, queda do PIB e diminuição da arrecadação do ICMS em 2015, o governo do Estado manteve investimentos nos serviços mais impactantes, como a modernização da frota de trens do Metrô. De um total de 98 composições contratadas, 74 já passaram pelo processo, sendo 12 no ano de 2015."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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