Funcionários em fábrica da Chery: sindicalistas acusam a empresa de se recusar a reconhecer os direitos da categoria (Natalie Behring/Bloomberg News)
Da Redação
Publicado em 6 de abril de 2015 às 12h36.
São Paulo - Treze dias após entregarem o aviso de greve, metalúrgicos da Chery em Jacareí, interior de São Paulo, colocaram em prática a paralisação de 100% da produção, por tempo indeterminado, a partir desta segunda-feira, 6.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, a greve foi deflagrada para pressionar a montadora chinesa a reconhecer a convenção coletiva da categoria, passando, dessa forma, a pagar os salários corretos e cumprir direitos trabalhistas praticados pelas empresas da região.
O sindicato afirma que, desde a inauguração da fábrica, em agosto de 2014, vem pressionando a Chery a assinar a convenção.
Apesar disso, sindicalistas acusam a empresa de se recusar a reconhecer os direitos da categoria e a legislação trabalhista brasileira.
Dentre as práticas consideradas "arbitrárias", estão baixos salários, terceirização ilegal, falta de equipamentos adequados para execução de tarefas, desrespeito às normas de saúde e segurança e "péssima" qualidade da comida.
De acordo com o sindicato, a Chery paga um piso salarial de R$ 1.199 para montador, enquanto um trabalhador com a mesma função na General Motors tem um salário inicial de R$ 3.500.
A empresa também estaria se recusando a adotar a jornada de trabalho de 40 horas semanais e a assegurar estabilidade no emprego para vítimas de acidente de trabalho ou de doenças ocupacionais, como previsto na convenção coletiva da categoria.
"Os metalúrgicos não aceitam que a Chery continue desrespeitando os direitos conquistados com muito esforço. A montadora está em pleno funcionamento e, portanto, deve respeitar os direitos da categoria", afirmou o presidente do Sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, em nota.
Procurada, a assessoria de imprensa da Chery confirmou a greve e informou que deve se pronunciar em breve sobre o assunto.