Negócios

Metalúrgicos da Chery ameaçam entrar em greve

Trabalhadores protestam contra baixos salários, condições de trabalho ruins e quebra de direitos trabalhistas


	Funcionários em fábrica da Chery: a parada desta terça-feira se segue à paralisação de 24 horas na fábrica de motores da Chery
 (Natalie Behring/Bloomberg News)

Funcionários em fábrica da Chery: a parada desta terça-feira se segue à paralisação de 24 horas na fábrica de motores da Chery (Natalie Behring/Bloomberg News)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de março de 2015 às 14h20.

São Paulo - Trabalhadores da Chery da fábrica de Jacareí (SP) ameaçam entrar em greve a partir desta sexta-feira, 27, em protesto contra os baixos salários, condições de trabalho ruins e quebra de direitos trabalhistas.

Durante assembleia realizada nesta terça-feira, 24, trabalhadores aprovaram que, caso não haja avanço nas negociações que acontecem nesta quarta-feira, 25, com a montadora chinesa, eles irão cruzar os braços.

Na manhã de hoje, os metalúrgicos da unidade já paralisaram a produção por cerca de duas horas e meia.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos afirma que os salários pagos aos trabalhadores da Chery estão "muito abaixo" dos praticados pelas montadoras da região.

Segundo o presidente da entidade, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, o salário inicial na unidade é de cerca de R$ 1,2 mil, enquanto, nas outras fábricas, o vencimento básico seria de aproximadamente R$ 2 mil.

Além disso, o sindicato destaca que a empresa tem mantido postura de se recusar a reconhecer direitos da categoria e a legislação trabalhista do País.

Um dos exemplos, citou, é no setor de funilaria e solda, cujos serviços seriam feitos de forma braçal, sem equipamentos adequados. Outro exemplo, acrescenta, é a terceirização do setor de manuseio da empresa.

Também há denúncias de "péssima qualidade" na alimentação.

"Paramos hoje porque a paciência já se esgotou. A paralisação de hoje foi para dar um alerta de que aqui não é China, aqui é Brasil. Tem legislação a ser seguida, e a empresa tem que se enquadrar, se não vamos entregar em greve", disse Macapá ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

O presidente do sindicato explica que o aviso de greve já foi aprovado na assembleia de hoje e será entregue à montadora na reunião de amanhã, caso as negociações não avancem.

"Se não tiver avanço, entregamos o aviso de greve e depois de 24 horas já poderemos começar a paralisação. Ou seja, na sexta-feira", disse.

A parada desta terça-feira se segue à paralisação de 24 horas na fábrica de motores da Chery, também em Jacareí, em 6 de março. Procurada, a Chery não enviou posicionamento até o fechamento da matéria.

Fábrica

A fábrica da Chery em Jacareí foi inaugurada em agosto de 2014 e possui cerca de 470 funcionários, segundo o sindicato. Na unidade, está sendo produzido o modelo Celer, cujo lançamento está previsto para 14 de abril.

A primeira remessa de veículos a serem vendidos nas concessionárias deve ser entregues em 6 de abril.

Com a crise econômica e o dólar alto, recentemente a montadora reduziu de 30 mil para 25 mil a previsão de produção para este ano, o que fará com que a fábrica opere com metade da sua capacidade instalada (50 mil).

Acompanhe tudo sobre:CheryEmpresasEmpresas chinesasGrevesMontadoras

Mais de Negócios

Ford aposta em talentos para impulsionar inovação no Brasil

Fortuna de Elon Musk bate recorde após rali da Tesla

Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2024: conheça as vencedoras

Pinduoduo registra crescimento sólido em receita e lucro, mas ações caem