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Mercedes vê expansão de parcerias como o futuro da indústria automotiva

Para a montadora, as empresas só conseguirão entregar veículos elétricos, autonômos e com mais conectividade se houver mais combinações de projetos

Mercedez-Benz: montadora vê futuro com mais parcerias (Thomas Niedermueller/Getty Images)

Mercedez-Benz: montadora vê futuro com mais parcerias (Thomas Niedermueller/Getty Images)

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Juliana Estigarribia

Publicado em 25 de junho de 2020 às 12h14.

Em um cenário de profundas transformações da indústria automotiva, no sentido da eletrificação, automação e conectividade, a Mercedes-Benz acredita que as parcerias entre as montadoras devem ser cruciais para trazer ao consumidor os produtos do futuro.

“A Mercedes entende que a realidade não virá de dentro para fora, mas justamente o contrário, com parcerias”, afirma Philipp Schiemer, presidente da montadora para América Latina.

A Mercedes fechou no ano passado uma parceria com a sua principal concorrente, a BMW, para o desenvolvimento de carros autônomos. A Volkswagen também se aliou à Ford para produção de picapes, assim como outras inúmeras parcerias no setor para desenvolver o veículo do futuro.

Após sete anos, Schiemer está deixando o posto para assumir o cargo de presidente da Mercedes-AMG, marca de superesportivos do grupo Daimler.

“O mercado de veículos esportivos também está se transformando, com a eletrificação e a digitalização ganhando muito mais importância. Isso implica em uma mudança cultural na empresa e acharam que eu tinha o perfil certo para a função”, diz Schiemer. 

Em seu lugar, assume Karl Deppen, que está na companhia desde 1990. O executivo chega para chefiar uma das operações mais importantes do grupo: o mercado brasileiro de caminhões e ônibus é visto como um dos três maiores do mundo, embora tenha apresentado uma queda profunda nos últimos anos, diante de sucessivas crises.

Schiemer lembra que ao chegar ao Brasil em 2013, o país registrava um forte crescimento do produto interno bruto e recente recorde de vendas de veículos pesados, na esteira de incentivos e juros subsidiados do BNDES para a compra de bens de capital. 

“A situação da Mercedes não era boa, estávamos perdendo espaço no mercado. Tínhamos a imagem de uma empresa antiga, devagar e com produtos desatualizados.”

Após revisão dos processos internos e das metas, a montadora anunciou dois ciclos importantes de investimentos, que somados superam 3 bilhões de reais. Recentemente, a marca voltou à liderança do disputado e rentável mercado de veículos pesados.

“Manter a motivação do board na Alemanha foi desafiador com tantas crises no Brasil, mas a matriz continua acreditando no país.” 

Para ele, o país precisa se modernizar, com um ambiente mais convidativo de negócios, e a pandemia só veio para realçar os graves problemas estruturais. "O Brasil tem potencial, mas temos uma população carente. Como vamos conseguir combater o coronavírus se metade da população não tem acesso a saneamento básico?", indaga.

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