Negócios

Mercedes quer exportar mesmo quando mercado interno crescer

Essa é uma lição aprendida na crise, período no qual a falta de uma estratégia dificultou o escoamento para o exterior da produção que sobrava no Brasil

Mercedes: em 2016, mesmo sem um plano claro para o mercado externo, as exportações de caminhões da empresa cresceram 37% em relação a 2015 (Reprodução/Getty Images)

Mercedes: em 2016, mesmo sem um plano claro para o mercado externo, as exportações de caminhões da empresa cresceram 37% em relação a 2015 (Reprodução/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de janeiro de 2017 às 16h55.

São Paulo - A montadora alemã Mercedes-Benz, cuja produção no Brasil é focada no segmento de caminhões, pretende manter nos próximos anos uma estratégia voltada para exportação, mesmo que o mercado interno volte a crescer.

Essa é uma lição aprendida durante o início de crise, período no qual a falta de uma estratégia dificultou o escoamento para o exterior da produção que não encontrava demanda no Brasil.

Em 2016, mesmo sem um plano claro para o mercado externo, as exportações de caminhões da empresa cresceram 37% em relação a 2015, para 6,3 mil unidades.

"Nós recuamos nas exportações quando o mercado interno estava em alta (o auge do segmento foi em 2011, com a venda de 172,8 mil unidades), e agora estamos retomando, mas foi mais trabalhoso do que para quem tinha uma estratégia de exportação", disse o vice-presidente de Vendas e Marketing para Caminhões e Ônibus, Roberto Leoncini.

"Mas quando você comete um pequeno deslize, você aprende com esse deslize", acrescentou o executivo, que espera um novo crescimento nas vendas para o exterior em 2017.

"Em 2016, nós tateamos o mercado externo, agora temos os caminhos", afirmou. Ele, que evitou cravar um número, disse que o tamanho do avanço depende de questões conjunturais como o preço do petróleo e a política comercial do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.

Segundo ele, a política de Trump ainda é uma indefinição e por isso não se sabe qual será o efeito sobre o Brasil, mas admite que o impacto pode até ser positivo, caso os EUA cortem relações com países que possam se tornar oportunidades para as montadoras instaladas no Brasil.

O modelo mais exportado pela Mercedes-Benz é o Accelo, um caminhão leve que, na avaliação de Leoncini, tem potencial para ser exportado para países do Oriente Médio e da África.

No mercado interno, as vendas de caminhões da Mercedes-Benz caíram 22,7% em 2016, para 15.133 unidades, segundo dados da Fenabrave.

Apesar disso, a empresa retomou a liderança do segmento, que até então pertencia ao grupo Volkswagen (que soma as vendas de caminhões da Volkswagen e da MAN Latin America).

Com a queda nas vendas no Brasil, a participação das exportações no total de unidades vendidas pela montadora saltou de 19% em 2015 para 29% em 2016.

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraExportaçõesMercedes-Benz

Mais de Negócios

Até mês passado, iFood tinha 800 restaurantes vendendo morango do amor. Hoje, são 10 mil

Como vai ser maior arena de shows do Brasil em Porto Alegre; veja imagens

O CEO que passeia com os cachorros, faz seu próprio café e fundou rede de US$ 36 bilhões

Lembra dele? O que aconteceu com o Mirabel, o biscoito clássico dos lanches escolares