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Mercedes com piloto automático anuncia futuro sem motorista

O S-Class é ideal para congestionamentos, já que pode imitar a velocidade do carro da frente, chegando até mesmo a parar completamente


	S-Class, da Mercedes: porém, recostar-se para ler e-mails ou assistir a um vídeo enquanto o carro leva você ao seu destino está a anos de distância
 (Dorothee Tschampa)

S-Class, da Mercedes: porém, recostar-se para ler e-mails ou assistir a um vídeo enquanto o carro leva você ao seu destino está a anos de distância (Dorothee Tschampa)

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Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2013 às 10h23.

Frankfurt - O trânsito lento e os congestionamentos, assim como encontrar uma vaga em uma garagem lotada ou espremer-se em um lugar apertado no estacionamento não é divertido para nenhum motorista. Para melhorar estes aspectos tediosos do ato de dirigir, empresas como Mercedes-Benz e Continental AG estão lançando sistemas que assumem o volante.

A Mercedes, da Daimler AG, está abrindo caminho com um complemento chamado “Stop&Go Pilot”, disponível em seu sedã topo de linha S-Class. Formado por um conjunto de 12 detectores ultrassônicos, cinco câmeras e seis sensores de radar, o S-Class, que custa 79.800 euros (US$ 105.800), pode imitar a velocidade do carro da frente, chegando até mesmo a parar completamente ou desviar para se manter na pista. O recurso custa 2.678 euros na Alemanha.

Recostar-se para ler e-mails ou assistir a um vídeo enquanto o carro leva você ao seu destino está a anos de distância. Mas a opção Mercedes e outras que estão sendo preparadas por rivais como a Bayerische Motoren Werke AG e a Volvo Cars mostram que a implantação está em andamento.

“A direção automática não virá como uma revolução da noite para o dia”, disse Jochen Hermann, diretor de sistemas de assistência ao motorista na Mercedes. “O motorista precisa se acostumar com a tecnologia”.

Embora isso possa ser difícil de engolir para alguns puristas, a máquina pode realmente ser o melhor condutor. Mais de 90 por cento dos acidentes de carros são causados por erro humano, de acordo com o instituto de pesquisas sobre o trânsito BASt, da Alemanha. O BASt estima que a economia alemã teve prejuízo de mais de 30 bilhões de euros com acidentes de trânsito em 2010, segundo os mais recentes dados disponíveis.

Evitando amassaduras

“Se a mobilidade individual é para sobreviver, a condução automatizada é imperativa”, disse Peter Fuss, sócio da consultoria Ernst Young em Frankfurt. “É a única maneira de evitar congestionamentos e garantir segurança rodoviária”.


Assim como o sistema “Stop&Go” da Mercedes, outros recursos de piloto-automático em curso estão sendo planejados para lidar com as partes tediosas do deslocamento diário. Em novembro, a BMW planeja lançar uma opção atualizada do assistente de estacionamento para os Série 5 que possibilita a condução com as mãos livres, já que o carro se locomove independentemente para uma vaga de estacionamento, ajudando a evitar amassaduras na lataria.

A Robert Bosch GmbH, maior fornecedora mundial de peças de automóveis, mostrou um recurso semelhante em sua sede em Stuttgart, Alemanha, em abril, quando um carro sem motorista recuou para uma vaga de estacionamento. A Audi, da Volkswagen AG, está desenvolvendo um sistema que possibilita ao motorista sair do carro na entrada da garagem e deixar que o veículo encontre um lugar vago por conta própria.

Luz vermelha

A Nissan Motor Co., a segunda maior fabricante de carros do Japão, planeja vender veículos a preços acessíveis com autocondução até 2020, disse nesta semana o vice-presidente-executivo, Andy Palmer.

Um dos maiores obstáculos é a legislação. Para cumprir com as leis existentes, o sistema da Mercedes só permite que o carro mantenha o controle a velocidades inferiores a 10 km/h. A velocidades mais altas, o sistema monitora continuamente o motorista e garante que ele mantenha as mãos no volante. Quando o volante fica solto por cerca de 10 segundos são acionados uma luz vermelha e um sinal sonoro.

“Nós não queremos que o motorista acredite que o sistema pode fazer tudo, porque no final o motorista ainda é responsável”, disse Hermann, da Mercedes. Embora o objetivo final seja ter veículos totalmente autônomos, a implantação da tecnologia está focada em “tirar a pressão do motorista em situações que não são divertidas”.

Aviões, trens

Os pilotos automáticos têm sido usados há décadas em aviões, trens e navios, com a diferença de que os operadores destes veículos trabalham em padrões de tráfego estruturados e não têm que se preocupar com as crianças que se lançam em seu caminho.

“A operação dos sistemas de direção automática tem que ser à prova de idiotas para evitar erros”, disse Richard Viereckl, sócio da consultoria Management Engineers na Booz Co., em Dusseldorf. “Vai levar algum tempo até que possamos sentar no banco de trás, tomar coquetéis e deixar o carro nos levar para casa.”

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