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Mercedes abre novo PDV na fábrica de São Bernardo do Campo

O alvo principal são os cerca de 750 trabalhadores que estão em lay-off


	Produção da Mercedes em São Bernardo: além do pessoal do lay-off, a empresa alega ter mais 1,2 mil trabalhadores excedentes, num total de 1.950
 (Claudio Gatti / EXAME)

Produção da Mercedes em São Bernardo: além do pessoal do lay-off, a empresa alega ter mais 1,2 mil trabalhadores excedentes, num total de 1.950 (Claudio Gatti / EXAME)

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Da Redação

Publicado em 19 de março de 2015 às 11h54.

São Paulo - A fabricante de caminhões e ônibus Mercedes-Benz abriu mais um Programa de Demissão Voluntária (PDV) na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

O alvo principal são os cerca de 750 trabalhadores que estão em lay-off (suspensão temporária dos contratos de trabalho), mas o benefício oferecido é extensivo a todos os trabalhadores da fábrica, que emprega quase 11 mil pessoas.

Além do pessoal do lay-off, a empresa alega ter mais 1,2 mil trabalhadores excedentes, num total de 1.950.

Nesse novo PDV, o segundo em três meses, a Mercedes oferece, além dos direitos normais da rescisão, salário extra de R$ 28,5 mil, independente do tempo de trabalho.

Para os funcionários em lay-off, o valor sobe para R$ 35 mil.

O programa, negociado com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, foi aberto na terça-feira, 17, e termina no dia 31. O pacote anterior, aberto de novembro a dezembro, obteve 100 adesões.

O diretor de Comunicação e Relações Institucionais da Mercedes, Luiz Carlos Gomes de Moraes, afirma que o novo pacote de incentivo à saídas "é para gerenciar excesso de pessoal, incluindo aqueles que estão em lay-off".

A montadora vem adotando seguidas medidas de corte de produção desde abril.

Ao longo do ano passado, a montadora abriu dois PDVs, operou em semana reduzida de trabalho, deu 25 dias de folgas coletivas, um mês de férias no fim do ano e colocou 750 trabalhadores em lay-off por cinco meses a partir de julho. Vencido o prazo, renovou o programa, assumindo o pagamento integral dos salários.

Na primeira fase do lay-off, o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) contribuiu com parte dos salários (R$ 1,3 mil para cada funcionário). A prorrogação do lay-off termina no fim de abril.

A Mercedes também tem 170 funcionários em lay-off na fábrica de Juiz de Fora (MG), mas, para essa unidade, por enquanto não há previsão de um PDV, informa Moraes.

Vendas em queda

No ano passado, as vendas totais de caminhões no País caíram 11,3% em relação a 2013, somando 137 mil unidades. A Mercedes, sozinha, registrou queda de 6,8%, para 38,1 mil unidades.

Com o aprofundamento da crise econômica, a falta de confiança dos empresários e juros mais caros para o financiamento, a situação se agravou neste ano. No primeiro bimestre, as vendas totais despencaram 39,4%, para 12,8 mil caminhões. A Mercedes registrou redução de 40,6% em suas vendas (para 3 mil unidades).

Outras fabricantes do setor também enfrentam dificuldades. A MAN Latin América, depois de colocar trabalhadores em lay-off e abrir PDV, opera atualmente com jornada e salários reduzidos na fábrica de Resende (RJ).

A Ford tem 420 funcionários da fábrica de caminhões e automóveis de São Bernardo em banco de horas por tempo indeterminado. Scania e Iveco deram férias coletivas e a Volvo demitiu 206 pessoas em dezembro.

Fabricantes de automóveis também operam com medidas de corte de produção. O lay-off, por exemplo, é adotado pela General Motors nas fábricas de São Caetano do Sul e de São José dos Campos (SP), e pela Ford em Taubaté (SP).

Outras marcas, como a Volkswagen, têm pessoal em férias coletivas.A indústria automobilística demitiu 12,5 mil trabalhadores em 2014 e 2,2 mil no primeiro bimestre deste ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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