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Mercado Livre tem alta de 123% nas vendas, e dependência dos Correios cai

Com o isolamento imposto pela pandemia do novo coronavírus, número de usuários ativos no site cresceu 45,2%, para 51,5 milhões 

Armazém do Mercado Livre: investimento crescente em logística para precisar menos de grandes transportadoras (Mercado Livre/Divulgação)

Armazém do Mercado Livre: investimento crescente em logística para precisar menos de grandes transportadoras (Mercado Livre/Divulgação)

DG

Denyse Godoy

Publicado em 10 de agosto de 2020 às 09h54.

Última atualização em 11 de agosto de 2020 às 16h34.

O varejista online Mercado Livre, o maior da América Latina, divulgou nesta segunda-feira, 10, seu balanço referente ao segundo trimestre de 2020. Com o isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus na região, as vendas saltaram 123,4% no período de abril a junho deste ano ante igual intervalo de 2019, para 878,4 milhões de dólares. O lucro bruto ficou em 427,2 milhões de dólares, com uma margem de 48,6% – ligeiramente abaixo dos 50% registrados no segundo trimestre de 2019.

O número de usuários ativos do site cresceu 45,2% no segundo trimestre em comparação anual, para 51,5 milhões. O número de itens vendidos avançou 101,4%, para 178,5 milhões.

“A pandemia gerou mudanças significativas no comportamento do consumidor, que se traduziram em um novo recorde de penetração do comércio eletrônico e do pagamento online na região", disse Pedro Arnt, diretor financeiro do Mercado Livre, em comunicado à imprensa.

Dos três maiores países em que o Mercado Livre atua, o Brasil foi o que apresentou menor crescimento no período. Em número de itens vendidos no site, a alta verificada em território brasileiro foi de 82%, contra 141% do México e 104% da Argentina. A receita líquida do Mercado Livre subiu 87% em moeda local no Brasil, comparados com 224% na Argentina e 138% no México.

Investimentos em logística

Durante teleconferência com analistas do mercado financeiro e jornalistas hoje sobre os resultados, Arnt comemorou o sucesso da logística do grupo mesmo com as restrições de deslocamento impostas pela pandemia. A Mercado Envios, unidade de logística do Mercado Pago, despachou 157,7 milhões de itens no segundo trimestre deste ano sem grandes incidentes, uma alta de 124,2% em relação ao mesmo período de 2019.

"[No Brasil] Conseguimos diminuir nossa dependência dos Correios porque estamos incrementando nossa divisão Meli Logistics. A ideia é depender cada vez menos de grandes empresas de transporte e mais de pequenas transportadoras e dos serviços do tipo last-mile", disse o diretor financeiro.

"Estamos extremamente focados em aumentar a capacidade de nossa rede de distribuição, com investimentos significativos. Recentemente, anunciamos novos armazéns no Brasil, no Chile e na Colômbia. A Meli Logistics nos possibilita acessar pequenas transportadoras e motoristas independentes. É um processo em andamento, mas nos dá uma enorme vantagem competitiva. Os serviços são muito bons, reduzindo os custos."

Com ameaça de greve dos funcionários para o dia 18, os Correios sofreram na pandemia com o aumento da demanda por entregas do comércio eletrônico. De março a junho, o Procon-SP registrou um aumento expressivo de quase 400% nas reclamações contra a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos — Correios. O principal motivo de reclamação é o não fornecimento do serviço.

Serviços financeiros em alta

O crescimento da carteira virtual do Mercado Livre, o Mercado Pago, foi ainda mais expressivo do que o das vendas de produtos no marketplace, porque os consumidores estão preferindo meios de pagamento sem contato físico: o volume total transacionado cresceu 373% no segundo trimestre de 2020 ante o mesmo intervalo de 2019, para 2,1 bilhões de dólares.

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