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Mercado Livre planeja investir R$ 4 bilhões no Brasil em 2020

Maior portal de comércio eletrônico da América Latina divulgou alta de 57,5% na receita líquida no quarto trimestre, atingindo 674,3 milhões de dólares

Mercado Livre: o investimento da empresa é parte dos esforços para dar escala ao seu negócio de comércio eletrônico e aos serviços financeiros do Mercado Pago (Nacho Doce/Reuters)

Mercado Livre: o investimento da empresa é parte dos esforços para dar escala ao seu negócio de comércio eletrônico e aos serviços financeiros do Mercado Pago (Nacho Doce/Reuters)

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Reuters

Publicado em 10 de fevereiro de 2020 às 18h56.

Última atualização em 10 de fevereiro de 2020 às 19h52.

O Mercado Livre planeja investir 4 bilhões de reais no Brasil em 2020, como parte dos esforços para dar escala ao seu negócio de comércio eletrônico e aos serviços financeiros do Mercado Pago, disse nesta segunda-feira o vice-presidente-executivo da empresa para América Latina, Stelleo Tolda.

O valor representa um aumento de mais de 30% em relação aos 3 bilhões de reais investidos pela companhia no país no ano passado e, segundo Tolda, ajudarão o Mercado Livre a ampliar sua eficiência logística para reduzir prazos de entrega de encomendas e ampliar o cardápio de serviços financeiros.

Apesar do aumento, o executivo disse que a terá maior foco na rentabilidade e que a meta é fechar 2020 mais perto do lucro. "Não estamos dispostos a investir a qualquer preço, com margens negativas", disse Tolda.

Maior portal de comércio eletrônico da América Latina, o Mercado Livre anunciou nesta segunda-feira nova rodada de forte crescimento das receitas na região, com a receita líquida no quarto trimestre subindo para 674,3 milhões de dólares, aumento ano a ano de 57,5% em dólar e de 84,4% em moeda constante.

O volume de vendas (GMV, na sigla em inglês) alcançou 3,9 bilhões de dólares, alta de 19,7% em dólar. A quantidade de compradores únicos teve crescimento de 26,7% no trimestre, contra 25,7% no terceiro trimestre.

Em outra frente, o volume total de pagamentos com Mercado Pago alcançou 8,7 bilhões de dólares, um aumento ano a ano de 63,5% em dólar. A base de usuários da carteira cresceu 29,4% na base sequencial, somando 7,9 milhões de pagadores ativos.

No entanto, o crescimento se deu num momento de crescente concorrência, o que tem levado empresas de comércio eletrônico e de produtos financeiros a ampliarem as despesas com marketing e com subsídios a clientes.

Com isso, o prejuízo líquido do Mercado Livre cresceu mais de 20 vezes no quarto trimestre, em relação a um ano antes, para 54 milhões de dólares. No acumulado do ano, o prejuízo quase dobrou, para 172 milhões de dólares.

De acordo com Tolda, as despesas com marketing nos próximos trimestres não devem ser tão elevadas quanto as executadas na segunda metade do ano passado. Além disso, a empresa tem começado a ser mais seletiva na concessão de subsídios, passando por exemplo a cobrar tarifas de lojistas nas operações digitais na Argentina.

"Fizemos isso porque percebemos que o serviço se tornou um valor para o lojista", afirmou Tolda, acrescentando que a empresa "pretende fazer isso em outros mercados quando for o momento certo".

Apesar disso, o Mercado Livre não espera que a operação do Mercado Pago atinja a lucratividade já neste ano.

O Mercado Pago tem planos de expandir a prateleira de serviços financeiros e aguarda licenças do Banco Central para as atividades de instituição financeira e de adquirente de cartões.

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