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Mercado Livre planeja emissão de títulos em dólares

O preço das ações mais do que dobrou, o que elevou o valor de mercado da empresa para cerca de US$ 82 bilhões

Mercado Livre: a empresa de Buenos Aires vendeu US$ 880 milhões em títulos conversíveis denominados em dólares em 2018 (Mercado Livre/Divulgação)

Mercado Livre: a empresa de Buenos Aires vendeu US$ 880 milhões em títulos conversíveis denominados em dólares em 2018 (Mercado Livre/Divulgação)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 6 de janeiro de 2021 às 09h01.

(Bloomberg) -- O Mercado Livre, maior varejista de comércio eletrônico da América Latina, planeja vender títulos em dólares em meio aos juros globais em mínimas históricas e forte demanda por vendas online na pandemia.

O Mercado Livre teve desempenho positivo em 2020 com o salto das compras online. A empresa deve ter revertido o prejuízo de 2019 com lucro líquido anual de US$ 76 milhões. O preço das ações mais do que dobrou, o que elevou o valor de mercado da empresa para cerca de US$ 82 bilhões. Para agilizar as entregas, o Mercado Livre apostou em aeronaves com a contratação de oito aviões de carga no Brasil e no México.

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“O Mercado Livre tem investido pesado nos últimos dois anos e agora é hora de se beneficiar disso e provar que pode aumentar as margens”, disse Lorena Reich, analista da Lucror Analytics, em Buenos Aires. “Os títulos estarão em alta demanda.”

Um porta-voz do Mercado Livre não quis comentar os detalhes da emissão. A empresa de Buenos Aires vendeu US$ 880 milhões em títulos conversíveis denominados em dólares em 2018.

O Mercado Livre deve vender cerca de US$ 1 bilhão em títulos de dívida em duas tranches com vencimento de 5 a 10 anos, de acordo com a Moody’s Investor Service, que planeja classificar os títulos como Ba1. Uma tranche será relacionada aos critérios ambientais, sociais e de governança, ou ESG, e sustentabilidade, com recursos reservados para projetos corporativos verdes ou sociais. A outra tranche pode ser usada para refinanciar uma parte dos títulos conversíveis da empresa.

“A empresa tem liquidez sólida e ampla presença e posição competitiva em outros países da região, o que permite flexibilidade financeira para sustentar crises econômicas”, escreveu a Moody’s. Seus padrões de governança corporativa, estrutura de controle diversificada e listagem na Nasdaq contribuíram para a nota de crédito, disse a Moody’s.

A Fitch Ratings classificou os títulos como BB+, de acordo com comunicado.

O Mercado Livre contratou o BNP Paribas, BofA Securities, Citigroup, Goldman Sachs e JPMorgan Chase para coordenar teleconferências com investidores a partir desta semana.

Em novembro, a empresa disse que planeja abrir cinco centros de logística no Brasil diante do aumento dos volumes de mercadorias e para reduzir prazos de entrega. A varejista, que informou ter investido um recorde de R$ 4 bilhões em 2020, planeja superar esse valor em 2021, disse em outubro Fernando Yunes, country manager do Mercado Livre para o Brasil.

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