Centro de distribuição do Magazine Luiza (Germano Lüders/Exame)
Agência O Globo
Publicado em 3 de dezembro de 2021 às 20h00.
Última atualização em 3 de dezembro de 2021 às 20h10.
Uma decisão do Conselho de Autorregulamentação Publicitária (Conar) de terça-feira, dia 30, fará com que três grandes varejistas online, o Magazine Luiza, Mercado Livre e Americanas tenham de ajustar suas propagandas em que alegam ter a entrega mais rápida do país.
O processo começou em junho, quando o Conar analisou uma reclamação do Mercado Livre por anúncio da Americanas na Black Friday de 2020 nas redes sociais em que a empresa alegava ter a entrega mais rápida.
Segundo o Mercado Livre, a afirmação não tinha “comprovação confiável”, o que poderia levar o cliente ao engano. A informação foi antecipada pelo jornal Valor Econômico.
Junto ao processo, o Mercado Livre anexou uma pesquisa em que demonstraria ter a entrega mais rápida do país. Na defesa, a Americanas alegou que é a única empresa que se compromete a entregar os produtos em menos de 3 horas, o que seria “um fato objetivo e inconteste”.
Os conselheiros do órgão concordaram que a Americanas oferecia a entrega mais rápida em determinados locais do país naquela ocasião e era só isso que a empresa poderia alegar.
Tanto o Mercado Livre como o Magazine Luiza, que também alegava ter a entrada mais rápida do Brasil, recorreram. Em julgamento da última terça-feira, os pedidos foram negados.
Em nota, o Magazine Luiza disse que foi autorizado pelo Conar a dizer que tem a entrega mais rápida do Brasil desde que indique a metodologia da pesquisa que comprova a afirmação, como, ressalta, já é uma prática da empresa.
“O Magalu trabalha com uma pesquisa robusta, que confirma nossa eficiência e agilidade nas entregas. O uso da expressão "Entrega mais Rápida do Brasil" pelo Magalu, como reconhecido pelo Conar, é respaldado em pesquisa independente, atualizada periodicamente. Essa pesquisa considera os prazos de entrega de oito empresas do setor, em 45 praças — entre capitais e cidades do interior — e de mais de 3.500 produtos de 48 categorias diferentes”, diz a nota.
Também em nota, a Americanas ressaltou que a decisão do Conar envolvia a campanha da Black Friday do ano passado e que o órgão “reconheceu que a Americanas oferecia a modalidade mais rápida de entrega em produtos e locais elegíveis”.
Já o Mercado Livre informou que o Conar entendeu que seria possível que a empresa afirmasse ter o “envio mais rápido do Brasil”, desde que informasse a metodologia com “clareza e veracidade”.
“Isso significa mencionar os critérios do estudo independente realizado por consultoria externa, a pedido do Mercado Livre, em agosto e setembro de 2021”, disse.