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Mercado faturado total da Light cai 4,1% no 2º trimestre

De acordo com os resultados, a classe residencial registrou uma queda de apenas 2,0%, em seu consumo, devido ao faturamento de energia recuperada

Light: "O aumento do faturamento de REN, por um lado, impacta negativamente o índice de arrecadação global" (Junius/Wikimedia Commons)

Light: "O aumento do faturamento de REN, por um lado, impacta negativamente o índice de arrecadação global" (Junius/Wikimedia Commons)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de julho de 2017 às 21h32.

São Paulo - A Light registrou no segundo trimestre de 2017 queda de 4,1% em seu mercado faturado total ante o mesmo período do ano passado.

Segundo a companhia, apesar de a temperatura média no segundo trimestre deste ano ter sido apenas 0,3ºC menor que a do segundo trimestre do ano passado, a queda no mercado faturado está relacionada, principalmente, às altas temperaturas registradas em abril de 2016, que, em média, foram 3,3º C superiores às registradas em abril deste ano e 2,7ºC acima da média histórica.

O impacto da temperatura em abril de 2016 foi tão relevante que o mercado faturado naquele mês foi 7,3% maior que a média dos últimos 5 anos para abril e 6,2% maior que o registrado em março do mesmo ano, mês que historicamente apresenta consumo mais elevado.

De acordo com os resultados, a classe residencial registrou uma queda de apenas 2,0%, em seu consumo, devido ao expressivo faturamento de energia recuperada (REN), fruto da estratégia de combate às perdas. No segundo trimestre foram recuperados em todas as classes 278 GWh ante 84 GWh no mesmo período do ano passado. As demais classes apresentaram uma piora seu mercado faturado, resultado da significativa variação de temperatura, e da atual crise econômica do Estado do Rio de Janeiro.

O índice de arrecadação global (12 meses) atingiu em junho 93,9% ante 95,1% para o período encerrado em março de 2017, em decorrência da menor arrecadação no segmento do Varejo, que apresentou uma redução de 1,6 ponto porcentual em comparação ao primeiro trimestre de 2017.

A queda observada no período é reflexo de um maior faturamento de REN - 1.100 GWh no segundo trimestre de 2017 (12 meses) ante 905 Gwh no primeiro trimestre deste ano (12 meses) - dentro do esperado pela companhia no âmbito de sua estratégia de combate às perdas.

"O aumento do faturamento de REN, por um lado, impacta negativamente o índice de arrecadação global, já que grande parte deste pagamento é parcelado, porém, em contrapartida, aumenta o faturamento e a arrecadação bruta global. Desconsiderando o efeito da REN, a taxa de arrecadação (12 meses) do segmento de Varejo seria de 98,3% no segundo trimestre de 2017 e a arrecadação total (12 meses) da Light seria de 98,7% no mesmo período".

O segmento de Poder Público apresentou uma melhora de 0,6 ponto porcentual (12 meses) em comparação ao primeiro trimestre deste ano e 8,8 pontos porcentuais em relação ao segundo trimestre do ano passado, "reflexo do maior rigor da companhia nas ações de cobranças e negociações de débitos com os clientes".

Geração e comercialização

No segmento de geração, a venda total de energia pela Light teve crescimento de 5,8% entre abril e junho deste ano, na comparação anual, para 1.086,0 GWh.

No segundo trimestre, o volume de venda de energia no Ambiente de Contratação Livre (ACL) aumentou 2,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior, principalmente devido à sazonalização dos contratos existentes com uma maior concentração nas vendas a partir de maio deste ano.

Já no spot, a diferença relevante no volume foi decorrente da gestão do hedge hidrológico, de forma a mitigar a exposição da companhia às flutuações do GSF.

Em comercialização, o volume aumentou 20,8% em comparação ao segundo trimestre do ano passado, devido à realização de novas operações de venda de energia incentivada e swap de energia convencional.

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