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Mercado de caminhões deve seguir em queda, diz MAN

Segundo presidente da companhia, vendas devem seguir em queda por conta da baixa atividade econômica e da hesitação de empresários sobre as eleições


	Trabalhadores na linha de montagem de um caminhão da Volkswagen, na fábrica da MAN em Resende
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Trabalhadores na linha de montagem de um caminhão da Volkswagen, na fábrica da MAN em Resende (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2014 às 16h29.

São Paulo - As vendas de caminhões novos no Brasil devem seguir em queda até pelo menos dezembro, pressionadas pela baixa atividade econômica e por hesitação de empresários sobre os rumos que o país tomará após as eleições de outubro, afirmou o presidente da MAN para América Latina, nesta quarta-feira.

A empresa, que integra a alemã Volkswagen, está vendo o mercado fraco em setembro, apesar de ter acertado nesta quarta-feira a venda de 750 chassis de ônibus para transporte público em Salvador.

O volume equivale à produção suficiente para ocupar a fábrica da companhia em Resende (RJ) por cerca de um mês, disse o Roberto Cortes, em entrevista à Reuters.

"Setembro não está sendo bom, normalmente é um mês bom. Mas com as eleições não está sendo. Aí vai vir outubro, mês das eleições (...) Por isso não estamos muito confiantes, o mercado deve manter a queda para o fim do ano", disse o executivo.

A venda dos ônibus para Salvador foi feita a um grupo de seis empresas de transporte coletivo e representa o segundo maior pedido de ônibus já recebido pela companhia no país desde contrato de 1.000 unidades em Goiânia, em 2008.

Também é a maior venda da companhia deste ano. As entregas ocorrem de dezembro até fevereiro de 2015.

"O pedido de Salvador foi ponto fora da curva, as encomendas estão em queda", afirmou Cortes.

A MAN suspendeu há dois meses contratos de trabalho de cerca de 200 trabalhadores da fábrica em Resende, ou mais de 10 por cento da mão de obra direta da unidade, por cinco meses.

Segundo o executivo, a nova encomenda não chega a mudar a situação dos contratos suspensos, mas ajuda a evitar um eventual aumento no programa de ajuste na produção.

As vendas de caminhões novos no Brasil acumulam queda de 14 por cento neste ano até agosto e as de ônibus estão 16,5 por cento menores que um ano atrás. Já as exportações têm baixa de cerca de 26 e 24 por cento, respectivamente.

Enquanto isso, as vendas apenas da MAN mostram baixa de 15,8 por cento no período para caminhões e de 24,6 por cento no caso dos ônibus, segundo dados da associação de montadoras, Anfavea.

Segundo Cortes, os fundamentos de economia não estão ruins, o problema maior é a baixa confiança.

"O que ocorre com o Brasil é uma questão de confiança, e assim que se definir o processo político, acho que tem tudo para voltar", disse, acrescentando que a companhia está reafirmando plano de investimento de 1 bilhão de reais no Brasil entre 2012 e início de 2017.

O executivo comentou que a empresa vem recebendo consultas de interessados em encomendas de ônibus e caminhões, mas "na hora de concretizar a venda o cliente está preferindo esperar para ver o que vai acontecer (...) Mas seja qual for o cenário político, o Brasil vai precisar investir", disse ele.

"O que estamos vendo é que há decisão de postergação (de compras)", afirmou, acrescentando que para o início de 2015 o cenário de incerteza é ainda maior, dependendo de fatores como taxas de juros de programas federais de incentivo a bens de capital, investimentos em infraestrutura e recuperação de mercados de exportação.

Cortes afirmou que a previsão da indústria é de queda de vendas de ônibus e caminhões no Brasil em 2014 de 15 a 18 por cento, ante expectativas do início do ano de alta de 5 por cento. "O pior é que essa não é uma queda anunciada, ela foi acontecendo."

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