A centenária fabricante de papel Melhoramentos, uma das mais tradicionais marcas brasileiras, está prestes a mudar de dono. As famílias Weiszflog, Plöger e Velloso, que controlam a companhia, decidiram vendê-la, e o processo está em fase adiantada.

O Bradesco Banco de Investimentos (BBI) foi contratado pela companhia para organizar um leilão formal, e as empresas do setor foram convidados a fazer ofertas pela Melhoramentos. Os interessados tinham até o dia dois de maio para fazer suas propostas iniciais. O BBI selecionará agora as melhores propostas.

As empresas escolhidas farão em seguida a due-dilligence, processo de análise detalhada dos números da Melhoramentos. Após essa etapa, os interessados farão suas ofertas finais. As candidatas incluem a americana Kimberly-Clark e a brasileira Santher. Estima-se que a compra da Melhoramentos custe cerca de 400 milhões de dólares.

A decisão de se desfazer da Melhoramentos vem após anos de repetidos prejuízos. A companhia, que faturou 429 milhões de reais no ano passado, deu um prejuízo de quatro milhões de reais. Há dois anos, os sócios saíram do dia-dia da empresa e iniciaram uma reestruturação com objetivo de cortar custos e torná-la mais eficiente - algo que, segundo executivos a par da estratégia dos controladores, já fazia parte dos planos de vendê-la. Procurada, a Melhoramentos negou que esteja à venda.