As médias empresas brasileiras são longevas, pois 73% têm mais de 20 anos de mercado. São também relativamente maduras em sua gestão (Stock.xchng/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 28 de agosto de 2023 às 16h11.
Sempre associamos a maturidade a coisas boas, mas este mesmo raciocínio é valido para as empresas? Sim, pelo menos para as médias empresas brasileiras, quanto mais maduras, mais crescem, geram valor para os seus stakehokders e estão mais preparadas para o futuro.
Este foi o resultado de uma ampla pesquisa realizada pelo Centro de Inteligência em Médias Empresas da Fundação Dom Cabral (FDC), durante o primeiro semestre de 2023.
A partir das respostas de 826 empresas de médio porte, uma amostra representativa com 3,4% de erro e 95% de confiança, mapeamos o grau de maturidade das médias empresas brasileiras e identificamos quais dimensões da gestão precisam amadurecer para alcançar maiores resultados.
Esse crescimento foi medido pelo valor financeiro, valor para os clientes, para os funcionários e valor socioambiental.
O estudo trouxe boas notícias. Concluímos que as médias empresas brasileiras, são longevas, pois 73% têm mais de 20 anos de mercado. São também relativamente maduras em sua gestão.
Somente 25% das médias empresas brasileiras estão em estágios iniciais de maturidade com processos de gestão não estruturados ou emergentes, mas 47% já têm seus processos de gestão estabelecidos e 28% já são consideradas avançadas e excelentes em gestão.
Outra boa notícia revelada é que quanto mais madura a empresa, melhores os seus resultados. Essa conclusão já era esperada por nossos pesquisadores, porém era necessário saber se havia dimensões da gestão mais relevantes, para gerar desempenho superior aos stakeholders.
Para responder a esta questão separamos 20% das melhores empresas em resultados e comparamos com as demais. Elas passaram a ser as referências e descobrimos que aquelas que mais crescem e entregam valor para seus stakeholders, se diferenciam por serem mais maduras em:
Nestas empresas a gestão de pessoas tem atuação estratégica, com intensa preocupação com a atração e retenção de talentos e com o desenvolvimento das competências que atendam as demandas atuais e futuras do negócio.
As empresas maduras possuem processos estruturados para monitorar ativamente o ambiente externo, visando identificar mudanças e tendências relevantes, incluindo oportunidades fora do core business do negócio, em busca de crescimento e diversificação. Algumas agem proativamente, liderando tendências.
A inovação é um elemento central da estratégia empresarial dessas empresas, alinhando objetivos e metas de inovação com suas estratégias de curto e longo prazo. Além disso, têm processos de gestão da inovação estruturados e monitorados, desde a geração de ideias até a implantação dos projetos propostos.
Elas possuem infraestrutura tecnológica que traz agilidade nas respostas às mudanças do mercado, maior produtividade e decisões baseadas em dados.
A gestão comercial e marketing dessa empresas é estratégica, sustenta a organização com informação e insights por meio da inteligência comercial e de mercado, além de definir estratégias que entregam e capturam mais valor, tornando essas empresas competitiva no presente e no longo prazo.
Apesar de desempenharem bem esses processos, a pesquisa apontou que existem avanços necessários e relevantes para as médias empresas em geral. Tanto as empresas de referência quanto as demais, não possuem processos de governança estruturados.
Isso significa que ainda têm um importante desafio pela frente para garantirem um ambiente organizacional seguro para o seu crescimento e geração de valor para os stakeholders.
Observamos que todas as competências organizacionais destacadas nas empresas de referência, têm uma característica comum de garantirem o desempenho da empresa no curto prazo com os recursos humanos adequados e processos de gestão que monitoram e trazem os resultados planejados, mas garantem também um olhar para o futuro, que as colocam no caminho para a longevidade.