Forno de Minas: família Mendonça deixa comando da empresa pela segunda vez (AlbertoChagas/Thinkstock)
Repórter de Negócios
Publicado em 12 de abril de 2023 às 13h03.
Última atualização em 12 de abril de 2023 às 18h39.
A McCain do Brasil, conhecida pelas batatas fritas congeladas, anunciou um acordo para aquisição de 51% da Forno de Minas. Com a operação, a canadense que já era dona de 49% da empresa mineira desde 2018, passa a ser a única acionista e controladora da fabricante de pães de queijo.
As empresas comunicaram a operação ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que começará a analisar o negócio. O valor da operação não foi divulgado.
"McCain e Forno de Minas reafirmam a continuidade do plano de negócios já em andamento, desenvolvido pela liderança da Forno, bem como o compromisso de manter o alto padrão de qualidade dos produtos e continuar escrevendo essa história de sucesso juntas", diz nota divulgada pela empresa canadense.
No ano passado, a McCain investiu US$ 150 milhões na sua primeira fábrica no Brasil.
“O Brasil é o quinto maior consumidor de produtos do setor em que atuamos e cresce a aproximadamente 8% anualmente. Acreditamos que tem potencial para chegar a ser o terceiro, perdendo somente para os Estados Unidos e Reino Unido”, afirma Aluízio Periquito, diretor geral da McCain no Brasil.
Hoje, o Brasil ainda representa uma parte pequena da receita da McCain, que fatura mais de US$ 10 bilhões: o país responde por cerca de US$ 200 milhões anualmente.
A Forno de Minas foi fundada em 1990 pela família Mendonça e atualmente produz pães de queijo e produtos variados para o varejo e food service. A companhia tem mais de 1200 colaboradores e exporta para 14 países.
Com sede em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, a companhia conta com uma indústria de laticínios própria, localizada em Conceição do Pará (MG), onde é produzido o queijo utilizado em todas as receitas elaboradas a partir de ingredientes selecionados e naturais.
Pela segunda vez, os fundadores da Forno de Minas vão deixar o comando do negócio.
Em 1999, a americana Pillsbury, marca da da holding Diageo, comprou a fabricante de salgados congelados.
Nas mãos dos americanos, as vendas da Forno de Minas despencaram. Em 2009, a General Mills, que havia comprado a Pillsbury, fechou as portas da empresa e demitiu todos os funcionários.
"A General Mills voltou sua atenção para o mercado chinês", diz o consultor Marcelo Gomes, da Alvarez&Marsal, que fez a intermediação entre as partes. "Nesse processo, a Forno de Minas ficou em segundo plano e sem novos investimentos, até a fábrica ser fechada de vez em março de 2009."
Depois de dez anos longe da empresa, a família fundadora readquiriu a marca e reativou a fábrica. "Fiz a Forno de Minas voltar a crescer", diz Helder Mendonça em matéria publicada na EXAME em 2012.