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Mattel e Hasbro não podem deixar que Toys "R" Us morra

A rede de brinquedos entrou com um pedido de recuperação judicial na segunda-feira; no entanto, a empresa provavelmente vai sobreviver

Toys "R" Us: fabricantes como Mattel, Hasbro e MGA Entertainment, de capital fechado, precisam da última rede de brinquedos que resta (Luke Sharrett/Bloomberg)

Toys "R" Us: fabricantes como Mattel, Hasbro e MGA Entertainment, de capital fechado, precisam da última rede de brinquedos que resta (Luke Sharrett/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2017 às 16h58.

Nova York - Fiquem tranquilas, crianças: a Toys "R" Us não vai acabar. Pelo menos não se as fabricantes da Barbie e dos Transformers conseguirem o que pretendem.

A rede de brinquedos entrou com um pedido de recuperação judicial na noite de segunda-feira, mais uma de uma série de varejistas especializadas que foram derrubadas pela Wal-Mart Stores, pela Amazon.com e pelo resto do ataque do comércio eletrônico. A Toys "R" Us estava mergulhada em dívidas que totalizam mais de US$ 5 bilhões, o que exigia mais US$ 400 milhões por ano para honrá-las.

No entanto, a empresa, que opera cerca de 1.600 lojas no mundo, provavelmente vai sobreviver, porque fabricantes como Mattel, Hasbro e MGA Entertainment, de capital fechado, precisam da última rede de brinquedos que resta. Esses fornecedores estão ávidos por qualquer vantagem remanescente que tenham contra o poder da Amazon e da Wal-Mart, a maldição de todas as empresas concentradas em uma única categoria de bens de consumo.

“Oh, meu Deus, eles são muito importantes, e as pessoas não entendem”, disse Isaac Larian, fundador e CEO da MGA, sobre a rede de brinquedos. “Esse é o único lugar onde as crianças podem ir e simplesmente comprar brinquedos. Não existe empresa de brinquedos sem a Toys ’R’ Us.”

Por sua vez, a companhia informou que não planeja fechar lojas e que as operações continuarão normalmente em suas lojas homônimas, assim como em Babies "R" Us e em seus sites. Na verdade, muitos de seus acordos com detentores de dívidas proíbem a empresa de fechar lojas, o que restringe sua capacidade de diminuir. Suas 255 lojas fora dos EUA e do Canadá não fazem parte do pedido apresentado na segunda-feira.

Apoio

Em muitos aspectos, os fornecedores vêm apoiando a Toys "R" Us há anos, de acordo com o analista Charlie O’Shea, da Moody’s; eles dão à rede produtos exclusivos durante as férias e fundos para promoções, a fim de ajudá-la a competir com os comerciantes gerais. As fabricantes oferecem esse apoio porque querem um lugar onde vender brinquedos sem desconto o ano inteiro. Grandes marcas também estão financiando uma reforma das lojas Toys "R" Us, adicionando mais áreas de destaque para as principais marcas, como as bonecas American Girl, da Mattel.

No ramo dos eletrônicos, a Best Buy tem o mesmo título de última rede restante, depois que a Circuit City e a HHGregg desapareceram. No ramo dos livros, a Borders sucumbiu, enquanto a Barnes & Noble resiste. Da mesma forma, a KB Toys pereceu, e a Toys "R" Us provavelmente irá pelo mesmo caminho.

Durante o processo de declaração de falência, uma empresa continua a operar para ter a chance de elaborar um plano para reembolsar pelo menos parte de sua dívida. A rede de brinquedos recebeu um compromisso por mais de US$ 3 bilhões de credores novos e existentes para aliviar o fardo da dívida e financiar operações durante a falência.

A Toys "R" Us entrou com o pedido agora porque 40 por cento de seus fornecedores deixaram de enviar-lhe remessas, a menos que recebessem dinheiro na entrega. O CEO Dave Brandon disse que a empresa precisa montar um estoque a tempo para a temporada de férias, que representa 40 por cento da receita anual.

Isso significa que o apoio dos fornecedores para o plano de reorganização é fundamental para sair da falência, de acordo com Noel Hebert, analista da Bloomberg Intelligence.

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