Negócios

Mastercard: gasto corporativo é próxima via de expansão no Brasil

Segundo dados, os gastos corporativos representam de 7 a 8% do movimento anual de mais de 1 trilhão de reais da indústria de cartões no Brasil

Mastercard: "Estamos bem plantados no mercado de pessoa física, agora vamos crescer em pessoa jurídica, também", disse Paro Neto (David Cannon/Getty Images)

Mastercard: "Estamos bem plantados no mercado de pessoa física, agora vamos crescer em pessoa jurídica, também", disse Paro Neto (David Cannon/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 25 de novembro de 2016 às 16h07.

São Paulo - Pagamentos entre empresas são a próxima avenida de crescimento da indústria de meios eletrônicos de pagamento no Brasil, à medida que o país segue a tendência global de desbancarização, disse o presidente da Mastercard para o Cone Sul da América Latina, João Pedro Paro Neto.

"Vamos entrar mais profundamente nos pagamentos entre empresas e delas para bancos", disse em entrevista à Reuters o executivo da bandeira vice-líder no mercado global de cartões.

Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), os gastos corporativos representam de 7 a 8 por cento do movimento anual de mais de 1 trilhão de reais da indústria de cartões no Brasil.

Segundo a entidade, os pagamentos totais com cartões representam cerca de 30 por cento do gasto privado no país.

"Estamos bem plantados no mercado de pessoa física, agora vamos crescer em pessoa jurídica, também", disse Paro Neto.

Entre as possibilidades consideradas pelo executivo está o pagamento por serviços eventuais de fornecedores e prestadores de serviços por meio de cartões pré-pagos.

"Em muitas situações, as empresas eliminariam gastos com transferências bancárias, como TEDs e DOCs", exemplifica.

De acordo com Paro Neto, por ser uma empresa já autorizada pelo Banco Central a operar meios de pagamento, a Mastercard não precisa de autorização específica para operar esse tipo de serviço.

Os comentários do executivo vêm no momento em que a expansão histórica do mercado de cartões no país tem sido impactada por uma recessão que já dura dois anos.

Após cerca de uma década crescendo em média mais de 15 por cento ao ano, o setor deve ter uma expansão de 6,5 por cento em 2016, segundo projeção da Abecs.

A sinalização da Mastercard de operar mais forte na seara de serviços de pagamentos corporativos acontece justamente no momento em que os bancos têm acelerado a busca por receitas com tarifas para tentar compensar os resultados fracos com crédito.

Mas a iniciativa da Mastercard não acontece apenas no Brasil. Em julho, a empresa comprou a britânica VocaLink, criada por bancos na região justamente para processar pagamentos bancários.

Paro Neto evitou dizer se a empresa poderia usar a própria VocaLink para operar como uma câmara de compensação ou ter uma empresa local para processar pagamentos entre empresas.

Recuperação

De acordo com o executivo, o varejo brasileiro ainda opera em velocidade menor do que há um ano, refletindo em parte o alto nível de desemprego e a baixa confiança do consumidor, mas já dá alguns sinais de que parou de piorar.

A Fundação Getulio Vargas (FGV) informou na quinta-feira que o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 3,3 pontos, para 79,1 pontos em novembro, após seis altas consecutivas, refletindo pessimismo com o mercado de trabalho.

De todo modo, a expectativa de Paro Neto é que o mercado de cartões cresça mais que a inflação no Brasil em 2017.

Paro Neto evitou prever data para lançamento de uma nova bandeira nacional de cartões no Brasil, que a companhia está desenhando com o Itaú Unibanco por meio de uma joint venture aprovada pelo Cade em maio.

Acompanhe tudo sobre:Cartões de créditoEmpresasMasterCard

Mais de Negócios

Ele fatura R$ 500 milhões ao colocar Floripa na rota do luxo discreto

Black Friday tem maquininha com 88% de desconto e cashback na contratação de serviços

Início humilde, fortuna bilionária: o primeiro emprego dos mais ricos do mundo

A Lego tinha uma dívida de US$ 238 milhões – mas fugiu da falência com apenas uma nova estratégia