Negócios

Marisa queima estoques para melhorar resultados

A varejista tem feito um trabalho intenso de queima de estoques antigos com fortes promoções e lançamento de novas coleções


	Lojas Marisa: a varejista tem feito um trabalho intenso de queima de estoques antigos
 (Alexandre Battibugli/Exame)

Lojas Marisa: a varejista tem feito um trabalho intenso de queima de estoques antigos (Alexandre Battibugli/Exame)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 5 de agosto de 2016 às 16h08.

São Paulo - A Marisa se esforça para trocar seu guarda-roupa.

A varejista tem feito um trabalho intenso de queima de estoques antigos com fortes promoções e lançamento de novas coleções, para recuperar margens e vendas.

No 2º trimestre desse ano, a queda no estoque foi expressiva, de 30,7%. O valor reduziu de R$ 480,97 milhões no ano passado para R$ 333,38 milhões. Para ter uma comparação, a empresa tem R$ 451,81 milhões em caixa.

"Hoje, 70% a 80% das coleções que estão em loja já foram feitas pelo novo time", afirmou Adalberto Santos, diretor financeiro, administrativo e de relações com investidores.

"Estamos com muito foco na limpeza do estoque velho", afirmou, em conferência com analistas.

Com essas transformações, a receita líquida do varejo teve uma leve melhora, de 1,8%. O esforço de queimar os estoques e adiantar liquidações, no entanto, impactou a margem bruta, que caiu 3,2 pontos para 45,8%.

Mesmo com vitrines mais novas, o número de consumidores nas lojas continua caindo. Por isso mesmo, a empresa tem sido muito cautelosa ao aumentar o preço dos produtos, para não espantar ainda mais seus clientes.

No trimestre, o preço médio subiu 8,3% e, como consequência, o volume de vendas caiu 4,7%.

"As novas coleções são muito bem aceitas pelos consumidores. Mas, apesar disso, precisamos ter muito cuidado na recuperação do preço, pelo momento que vivemos, de crise e desemprego entre nosso público, que são as classes C e D", afirmou Santos.

Além de renovar as roupas nos cabides, a companhia também criou o projeto Avante para melhoria das lojas, de reformas do espaço à melhoria na organização da fila e de abastecimento.

Ela fechou 15 lojas esse ano e encerrou a operação de venda direta.

Previsão do tempo errada

Se alguém erra a previsão para o clima, pode passar calor ou frio ou se molhar com uma chuva inesperada. No caso de uma grande empresa, as consequências são maiores.

A Marisa adiantou a liquidação de inverno para junho, que normalmente acontece em julho. Com isso, abaixou o preço de casacos e roupas de frio justamente quando o inverno estava começando de fato.

"O período de calor se prolongou e o inverno veio atrasado. Não prevíamos uma estação tão intensa e extensa. Poderíamos ter sido mais cautelosos com essas mercadorias", afirmou Janaína Machado da Silva, diretora de compras.

Por isso, as novas coleções focam em produtos não tão dependentes do clima, como calças jeans e calçados.

Acompanhe tudo sobre:ComércioConsumidoresEmpresasgestao-de-negociosMarisaPrejuízoReestruturaçãoResultadoVarejo

Mais de Negócios

Clube dos bilionários: quem tem mais de US$ 100 bilhões em patrimônio?

Ele fatura R$ 500 milhões ao colocar Floripa na rota do luxo discreto

Black Friday tem maquininha com 88% de desconto e cashback na contratação de serviços

Início humilde, fortuna bilionária: o primeiro emprego dos mais ricos do mundo