Negócios

Marfrig tem resultado sólido a cada trimestre, diz Rial

O CEO da empresa comemorou o fato de ter geração fluxo de caixa livre positivo em R$ 16 milhões no primeiro trimestre


	Funcionários processam gado abatido no abatedouro do Grupo Marfrig, em Promissão: de janeiro a março, a companhia investiu R$ 143 milhões
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Funcionários processam gado abatido no abatedouro do Grupo Marfrig, em Promissão: de janeiro a março, a companhia investiu R$ 143 milhões (Paulo Whitaker/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2014 às 14h47.

São Paulo - O diretor presidente (CEO) da Marfrig Global Foods, Sergio Rial, disse nesta segunda-feira, 12, que a companhia vem apresentando resultados consistentes a cada trimestre e comemorou o fato de ter geração fluxo de caixa livre positivo em R$ 16 milhões no primeiro trimestre, depois "de muito tempo" na história da companhia.

Rial está na empresa há um pouco mais de um ano e assumiu oficialmente o cargo em janeiro. Ele ainda ressaltou que o resultado superou a sazonalidade do setor, de vendas mais fracas nos primeiros meses de cada ano.

O executivo informou que a margem Ebitda ajustada da Marfrig Global Foods no primeiro trimestre de 2014, de 8,4%, superou em 112% o piso da faixa da meta prevista para todo o ano. O índice também já corresponde a 99% do teto das estimativas da companhia, que é de alcançar uma margem de 8,5% no ano.

Para ele, o resultado demonstra que "o foco do grupo na rentabilidade permanece forte". Esta é a melhor margem Ebitda apresentada pela companhia em um primeiro trimestre, frisou Rial.

Os investimentos da Marfrig no período também estão dentro do guidance estabelecido. De janeiro a março, a companhia investiu R$ 143 milhões, valor que representa 24% do total de R$ 600 milhões que a empresa planeja investir no ano.

Já a receita de R$ 4,8 bilhões no trimestre "ficou ligeiramente abaixo da meta", reconheceu Rial durante apresentação dos resultados, muito pela operação de bovinos, a Marfrig Beef. O montante representou de 23% a 21% ante a meta da Marfrig de obter de R$ 21 bilhões a R$ 23 bilhões em 2014.

O índice de alavancagem da Marfrig, medido pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) dos últimos 12 meses, ficou em 3,02 vezes ao final do primeiro trimestre de 2014, estável na comparação com o índice de 3,00 vezes registrado em igual período do ano passado e também em relação ao quarto trimestre, quando o múltiplo se repetiu (3x).

Pela primeira vez na gestão de Sergio Rial, a companhia apresentou geração de fluxo de caixa livre a acionistas positivo em R$ 16 milhões.

"Apesar da sazonalidade do período (primeiros trimestres são geralmente mais fracos), este trimestre confirma (em linha com os dois anteriores) nossos objetivos estratégicos: expansão de margem e crescimento orgânico, sustentado por um melhor desempenho operacional nos três negócios", comenta a administração, em relatório de resultados.

A dívida líquida da companhia no trimestre totalizou R$ 6,862 bilhões, queda de 3,7% na comparação com o endividamento de R$ 7,128 bilhões reportado no quarto trimestre de 2013.

As despesas de vendas, gerais e administrativas da companhia somaram R$ 357 milhões entre janeiro e março deste ano, alta de 10,9% na comparação anual. No entanto, ante o trimestre imediatamente anterior o valor representa uma queda de 4,3%.

Bonds

Rial disse que a empresa continuará realizando a recompra de bonds, assim como fez nos últimos períodos. "Ainda existe espaço para fortalecer a estrutura de capital da companhia, melhorar perfil de dívida, de reduzir custo. A diminuição dos custos financeiros da companhia é real e está acontecendo", declarou.

O executivo não especificou qual bond seria recomprado, mas informou que o recurso para estas operações viria tanto da geração de caixa quanto de novas emissões de títulos de dívida, estes últimos desde que os custos façam sentido.

A última emissão da companhia foi em março de um bond de US$ 275 milhões, e nos últimos 60 dias, a empresa recomprou US$ 140 milhões dos bonds de prazo de 2017 e de 2021.

Entretanto, a despesa financeira líquida alta - R$ 387,8 milhões, sendo R$ 260 milhões em efeito não-caixa - foi a principal responsável pelo prejuízo líquido de R$ 96,4 milhões dos três primeiros anos de 2014.

"Tivemos alguns efeitos negativos na despesa financeira como a variação cambial passiva e término de operações de financiamento dentro do trimestre. Mas a grande parte do aumento da despesa financeira veio da variação cambial", explicou o vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da Marfrig Global Foods, Ricardo Florence.

IPOs

Questionado sobre a realização das ofertas públicas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) das subsidiárias Moy Park e Keystone, Rial disse que não há data definida, mas "estão criando a opção de fazer o IPO das duas".

"O mercado financeiro na Europa está convidativo, mas a decisão de fazer ou não passa pelo valor e também os planos de aceleração dos negócios das subsidiárias.

Acompanhe tudo sobre:AlimentaçãoAlimentosAlimentos processadosCarnes e derivadosEmpresasEmpresas brasileirasMarfrigTrigo

Mais de Negócios

Como o Brasil entrou no top 3 desta gigante suíça que fatura US$ 3 bilhões com skincare e injetáveis

De tabuleiro a parceira com o Japão: a milionária aposta do Ceará em jogos

Pop Mart dispara após aumento de mais de cinco vezes na receita internacional no 3º trimestre

Sem investidores, startup deve faturar milhões com 'remendas' para melhorar a gestão das empresas