Negócios

Marfrig reforça foco no mercado externo

Companhia tem foco na Ásia e no Oriente Médio, enquanto busca melhorar resultados


	Marfrig: empresa de alimentos ampliou seu prejuízo líquido no primeiro trimestre
 (Divulgação/EXAME)

Marfrig: empresa de alimentos ampliou seu prejuízo líquido no primeiro trimestre (Divulgação/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2014 às 12h17.

São Paulo - A empresa de alimentos Marfrig Global Foods, segunda maior processadora de carne bovina no Brasil, aposta nas divisões no exterior para manter seu crescimento, com foco na Ásia e no Oriente Médio, enquanto busca melhorar os resultados da companhia após prejuízo de 96 milhões de reais no primeiro trimestre deste ano.

"As operações internacionais tiveram performance extraordinária. Então, nossa aposta estratégica de fazer margem (melhor) e de crescimento orgânico no mercado internacional tem se mostrado correta", disse o presidente-executivo da companhia, Sérgio Rial, em entrevista a jornalistas para comentar o resultado da empresa.

A empresa está buscando parceiros para atuar no Oriente Médio, com a ideia de ter fábrica de alimentos de processados.

Desta forma, seguiria estratégia já adotada na Indonésia, onde a empresa planeja iniciar a construção de uma fábrica de alimentos processados no segundo semestre deste ano, com parceiro local, cujo nome não foi citado.

As divisões da Marfrig no mercado externo (Moy Park e Keystone) representam mais de 50 por cento do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado da companhia, um importante indicador do desempenho operacional.

A Marfrig decidiu também reabrir uma unidade de produção na Argentina, possivelmente no segundo trimestre, diante de uma perspectiva de melhora da economia local e de possíveis exportações a partir do país vizinho.

No ano passado, em meio a adversidades no mercado, a empresa fechou quatro de suas cinco unidades na Argentina, o que permitiu a ela voltar ao breakeven (ponto de equilíbrio) no país.

Fluxo positivo

Rial ressaltou o resultado da companhia que conseguiu registrar um fluxo de caixa livre positivo, fato que não se registrava há muitos anos na Marfrig.

"É muito importante, porque geramos um fluxo de caixa livre positivo. Há muitos anos, desde o IPO (abertura de capital) que a empresa não gera um fluxo de caixa positivo... E isso num trimestre que, tradicionalmente, é mais fraco", disse o executivo.

A empresa reduziu em dois pontos percentuais o custo de sua dívida de curto prazo. E, ainda na busca de reduzir custos com o endividamento, fez a recompra de 140 milhões de dólares em títulos com vencimento em 2021 e 2017. Rial vê a possibilidade de novas emissões se o custo for interessante para a companhia.

"Não só geramos fluxo de caixa livre e positivo, como também reduzimos um endividamento líquido do grupo, o que não é uma coisa menor", acrescentou.

Esta métrica referente ao fluxo de caixa mostra a capacidade da empresa de pagar suas operações, financiamentos e investimentos, ao se encaminhar para atingir o ponto de equilíbrio entre receitas e despesas.

O executivo ponderou que a empresa ainda tem muito trabalho à frente, para melhorar o desempenho na busca de atingir resultados melhores.

"Ainda tem muito trabalho. O fluxo de caixa que apresentamos, este é o trabalho de base para que a gente possa aspirar atingir o breakeven, e melhorar resultados finais", disse o executivo.

A empresa de alimentos ampliou seu prejuízo líquido no primeiro trimestre deste ano, na comparação com um ano antes, com um resultado pior que o esperado por analistas. O prejuízo líquido foi de 96,4 milhões de reais ante perda de 59,6 milhões de reais em igual período do ano passado.

Acompanhe tudo sobre:Alimentos processadosCarnes e derivadosEmpresasEmpresas brasileirasEstratégiagestao-de-negociosIndústriaMarfrig

Mais de Negócios

Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2024: conheça as vencedoras

Pinduoduo registra crescimento sólido em receita e lucro, mas ações caem

Empresa cresce num mercado bilionário que poupa até 50% o custo com aluguel

Como esta administradora independente já vendeu R$ 1 bilhão em consórcios