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Marfrig foca nas margens para voltar ao lucro em 2014

Empresa espera em breve igualar custos e receita, alcançando o ponto a partir do qual ela poderá apresentar lucro em suas operações


	Fábrica da Marfrig: empresa teve crescimento das vendas e melhora das margens em todas as unidades, o que contribuiu para que o prejuízo fosse reduzido para 194 milhões de reais no terceiro trimestre
 (Divulgação/EXAME)

Fábrica da Marfrig: empresa teve crescimento das vendas e melhora das margens em todas as unidades, o que contribuiu para que o prejuízo fosse reduzido para 194 milhões de reais no terceiro trimestre (Divulgação/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2013 às 10h56.

São Paulo - A Marfrig, segunda maior empresa do setor de bovinos no Brasil, vai manter estratégia iniciada com a venda da Seara Brasil, de redução de custos e expansão de margens, para voltar a dar lucro em 2014, disse o futuro presidente da companhia, ao comentar os resultados trimestrais.

A empresa espera em breve igualar custos e receita, alcançando o ponto a partir do qual ela poderá apresentar lucro em suas operações.

"Nós vamos ter que manter a expansão da margem. Tem que continuar um processo de contenção de custos importante e depois trabalhar no maior item que impacta a empresa, que é a despesa financeira... Mantendo estas variáveis, o 'breakeven' e o lucro, é claro, virão", disse Sérgio Rial, que assumirá a presidência da companhia no começo de 2014, em conferência com jornalistas.

A empresa teve crescimento das vendas e melhora das margens em todas as unidades, o que contribuiu para que o prejuízo fosse reduzido para 194 milhões de reais no terceiro trimestre, contra 479 milhões de reais do trimestre anterior.

A companhia foi ajudada pela transferência de dívidas, após a venda da Seara Brasil para a JBS.

O efeito da variação cambial das dívidas transferidas foi de 62 milhões de reais positivos no trimestre. As despesas financeiras sobre as dívidas transferidas geraram 40 milhões de reais. Desta forma, o prejuízo líquido ajustado no terceiro trimestre ficou em 92,5 milhões de reais.

O balanço deste trimestre é o primeiro depois da conclusão da venda de sua unidade de aves, suínos e processados para a JBS, operação feita com a meta de reduzir o alto endividamento da companhia.


A JBS, maior empresa de carnes do mundo, comprou a Seara Brasil, divisão de aves e suínos da Marfrig, no início de junho, em uma operação que envolveu a assunção de 5,85 bilhões de reais em dívidas e levou a empresa à liderança global na produção de aves.

Ebitda 

A geração de caixa da Marfrig medida pelo lucro líquido antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado avançou 34 por cento na mesma base de comparação, para 375,2 milhões de reais. A margem passou de 6,3 para 7,6 por cento.

Neste trimestre, a companhia reduziu a relação dívida líquida/Ebitda para 2,8 vezes, ante 3,8 vezes no segundo trimestre, como reflexo do processo de desalavancagem após a venda da Seara.

A meta da companhia é chegar a 2,5 vezes na relação dívida líquida/Ebitda em 2018.

A dívida da companhia com vencimento no quarto trimestre é de 1,05 bilhão de reais. Deste total, 630 milhões de reais em juros de bonds e debêntures com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já foram pagos, informou o executivo.

Ganho operacional

O bom desempenho de todas as unidades da companhia, tanto em bovinos no Brasil quanto em aves e processados no exterior, contribuiu para a melhora do desempenho operacional, com um crescimento de 34 por cento no Ebitda, avaliou a companhia.


No segmento de bovinos, a empresa teve um crescimento de 10 por cento na receita líquida, puxado sobretudo pelo aumento das exportações, com um câmbio favorável e o bom desempenho do mercado interno.

Rial afirmou que o processo de redução de custos incluiu melhor aproveitamento da capacidade das unidades de abate, cujo uso da capacidade instalada atingiu 75 por cento neste trimestre, contra menos de 70 por cento nos trimestres anteriores.

Neste último trimestre, a companhia teve 55 por cento de sua receita oriunda de outras moedas que não o real, lembrou o executivo.

A Moy Park, unidade de aves e processados no Reino Unido, teve aumento de 8 por cento na receita líquida em relação ao segundo trimestre deste ano, com incremento nas vendas ao varejo e ao food service na Europa.

Na Keystone, unidade que comercializa alimentos processados nos EUA e Ásia, a receita líquida com vendas teve alta de 15 por cento.

O futuro presidente da Marfrig ressaltou que a meta da companhia é se consolidar como importante multinacional, uma vez que conta com unidades produtivas nos EUA, Reino Unido e Ásia. A empresa alterou seu nome para Marfrig Global Foods.

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