Negócios

Marfrig busca nível operacional para fazer frente a boi caro

Preço do boi no mercado brasileiro tem batido sucessivos recordes nas últimas semanas, devido à escassez de animais prontos para abate


	Marfrig: elevados preços da arroba do boi exigem forte redução dos custos de processamento da carne
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Marfrig: elevados preços da arroba do boi exigem forte redução dos custos de processamento da carne (Paulo Whitaker/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2014 às 12h24.

São Paulo - Os elevados preços da arroba do boi deverão impor desafios no quarto trimestre para a unidade de bovinos Marfrig Beef, da Marfrig no Brasil, exigindo forte redução dos custos de processamento da carne, disse nesta quinta-feira o diretor-presidente da companhia, Sérgio Rial.

"A única coisa que a gente pode fazer agora é trazer o nível operacional da empresa para liderar o mercado. É fazer a mesma coisa que se faz, a cada mês com menos", disse o executivo em conferência para analisar os resultados do terceiro trimestre.

O preço do boi no mercado brasileiro tem batido sucessivos recordes nas últimas semanas, devido à escassez de animais prontos para abate provocada por problemas estruturais do setor e pelos efeitos da seca que prejudicou pastagens ao longo deste ano.

O indicador Esalq/BM&FBovespa do boi gordo registrou o maior valor de sua história no fechamento de quarta-feira, a 143,93 reais por arroba.

A preocupação da Marfrig, segundo Rial, é não afugentar consumidores com o repasse integral da alta na matéria-prima.

"Se eu pago o gado a 150 reais (a arroba), trago para dentro, faço a mesma coisa, acrescento a indexação de inflação... e depois acredito que lá na frente consigo repassar sempre para o consumidor... Não consigo!", disse o executivo.

Outra preocupação da Marfrig é que a força do dólar frente outras moedas possa desestimular importações de carne em países como a Rússia, importante destino de produtos brasileiros, onde o rublo registra forte desvalorização ante a moeda norte-americana nos últimos meses.

"(O consumidor) vai comer suíno local", projetou Rial. "Existe hoje um realinhamento de câmbio em todo o mundo que não é tão positivo quanto as pessoas pensam." A Marfrig aprofundou seu prejuízo no trimestre passado, comparado com o mesmo período de 2013, registrando perdas de 303,3 milhões de reais, afetado pelo aumento das despesas financeiras e impactos cambiais.

Acompanhe tudo sobre:Alimentos processadosBoisCarnes e derivadosCommoditiesEmpresasEmpresas brasileirasIndústriaMarfrigPreços

Mais de Negócios

Até mês passado, iFood tinha 800 restaurantes vendendo morango do amor. Hoje, são 10 mil

Como vai ser maior arena de shows do Brasil em Porto Alegre; veja imagens

O CEO que passeia com os cachorros, faz seu próprio café e fundou rede de US$ 36 bilhões

Lembra dele? O que aconteceu com o Mirabel, o biscoito clássico dos lanches escolares