Negócios

Marfrig: Brasil segue exportando carne aos EUA, mas há destinos melhores

Mercado norte-americano foi reaberto para a carne do Brasil em fevereiro, após interrupção em 2017 por questões sanitárias

Marfrig: estratégia de diversificação de mercados, além da China, foi determinante para o crescimento de 109% no lucro operacional da Marfrig (Paulo Whitaker/Reuters)

Marfrig: estratégia de diversificação de mercados, além da China, foi determinante para o crescimento de 109% no lucro operacional da Marfrig (Paulo Whitaker/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 19 de maio de 2020 às 18h40.

Última atualização em 19 de maio de 2020 às 18h42.

Os embarques de carne bovina do Brasil para os Estados Unidos seguem fluindo, porém devem ter menor volume, pois "há destinos melhores" para os exportadores, disse nesta terça-feira o CEO da Marfrig na América do Sul, Miguel Gularte.

Em teleconferência para comentar resultados trimestrais, ele destacou que a exportação representa cerca de 70% da participação de mercado da companhia no país.

"Nos últimos anos tivemos a possibilidade de deixar a exportação mais forte e agora escolher onde colocar esse produto", afirmou.

Segundo o CEO, as vendas externas representavam anteriormente cerca de 50% dos resultados da empresa.

O mercado norte-americano foi reaberto para a carne bovina in natura do Brasil em fevereiro, após uma interrupção imposta pelos EUA desde 2017 por questões sanitárias.

Sem revelar o volume embarcado, Gularte afirmou que os cortes brasileiros são enviados para os EUA para compor um mix nos produtos processados.

Ele ressaltou que a China retornou com demanda firme pela proteína desde que houve um controle parcial da pandemia naquele país.

Países como Coreia do Sul, Japão e alguns mercados europeus também foram relevantes para as exportações da América do Sul ao longo dos três primeiros meses do ano.

No primeiro trimestre, a estratégia de diversificação de mercados, além da China, foi determinante para o crescimento de 109% no lucro operacional da Marfrig, embora a companhia tenha amargado um prejuízo líquido de 137 milhões de reais por causa, principalmente, de despesas cambiais.

Covid-19

Com relação aos efeitos da pandemia, Gularte ressaltou a necessidade de reforçar o caixa da empresa, mas disse que a Marfrig segue atenta a oportunidades de fusões e aquisições de menor porte.

"É importante estar com caixa reforçado e trabalhar de forma cautelosa, o que não quer dizer que não estejamos atentos a oportunidades, mas nada de grande relevância...(Alguma aquisição) não está nesse momento sobre a mesa, mas a porta não está fechada."

O fundador e presidente do Conselho de Administração da empresa, Marcos Molina, acrescentou que a Marfrig tem utilizado o caixa gerado pela National Beef para baixar o endividamento e, diante das incertezas relativas à Covid-19, a Marfrig optou por postergar o pagamento de dividendos para o mês de julho.

Segundo Molina, a distribuição de dividendos ocorre trimestralmente e corresponde a 56% do resultado.

Nos Estados Unidos, o CEO das Operações América do Norte, Tim Klein, disse que houve uma elevação de custos por conta da paralisação temporária de uma das unidades da National Beef, além de despesas com materiais de prevenção, mas não há expectativa de que estas despesas afetem as margens da companhia ou aumentem os preços da carne comercializada no varejo norte-americano.

Acompanhe tudo sobre:Carnes e derivadosEstados Unidos (EUA)ExportaçõesFrigoríficosMarfrig

Mais de Negócios

Franquias no RJ faturam R$ 11 bilhões. Conheça redes a partir de R$ 7.500 na feira da ABF-Rio

Mappin: o que aconteceu com uma das maiores lojas do Brasil no século 20

Saiba os efeitos da remoção de barragens

Exclusivo: Tino Marcos revela qual pergunta gostaria de ter feito a Ayrton Senna