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Marcopolo atinge 60% de participação em micro-ônibus com a marca Volare

Com quase seis meses de carteira encomendada, a empresa tem registrado alta da demanda principalmente no setor de mineração

Ônibus adaptado com kit Biosafe, exclusivo do grupo Marcopolo (Julio Soares/Marcopolo/Divulgação)

Ônibus adaptado com kit Biosafe, exclusivo do grupo Marcopolo (Julio Soares/Marcopolo/Divulgação)

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Juliana Estigarribia

Publicado em 16 de novembro de 2020 às 14h05.

A gaúcha Marcopolo elevou a sua participação no mercado de micro-ônibus através da Volare. Diante do bom desempenho registrado principalmente no setor de mineração, a empresa alcançou um market share de 58% em 2020, com uma carteira de encomendas para quase seis meses.

Segundo a Volare, diante do distanciamento exigido pela pandemia do novo coronavírus, muitas empresas do agronegócio e da mineração decidiram substituir a frota de vans por micro-ônibus, que têm mais espaço para o mesmo número de pessoas.

"Além da produção para pronta-entrega, não devemos ter uma redução drástica da demanda nos próximos seis meses", afirma Sidnei Vargas, gerente nacional de mercado interno da Volare, em entrevista exclusiva à EXAME.

A empresa trabalha em segmentos como fretamento, que inclui mão de obra para empresas, turismo, escolar e industrial. A Volare representa, historicamente, de 15% a 20% da receita do grupo Marcopolo, mas na pandemia passou a responder por 25%.

"Diante da oportunidade de aumento das exportações com a alta do dólar, registramos um crescimento da demanda", afirma Vargas.

Assim como a Marcopolo, a Volare também oferece o chamado Kit Biosafe, que visa elevar a utilização da capacidade de passageiros para 75% com distanciamento e medidas de segurança exclusivas, como capas e cortinas feitas com material antimicrobiano. Isso também tem favorecido o grupo.

"Estamos negociando novos contratos somente para fevereiro, temos carteira até janeiro de 2021."

O bom momento da Volare ocorre mesmo diante do forte aumento de custos, justamente por conta de dólar e quebra na cadeia produtiva. Segundo Vargas, a empresa aplicou uma nova tabela de preços na virada do semestre e, para o início de 2021, deve haver novo reajuste.

"Estamos negociando com os fornecedores. No início de 2021, teremos um impacto mais significativo na produção com falta de materiais no mercado e aumento de custos", relata.

A Volare atua em 35 países na América Latina, Oriente Médio e África. Em 2019, faturou 634,2 milhões de reais, somando vendas nos mercados doméstico e externo.

Em 2021, a expectativa é de retomada gradual do mercado. Para a Volare, o segmento de fretamento continuará o carro-chefe da empresa, mas com recuperação dos negócios de turismo e escolar.

"O último trimestre está sendo muito bom, melhor do que antes da pandemia. Para o ano que vem, alguns segmentos que não estão comprando devem retomar as compras", aposta Vargas.

Ele acrescenta que o cenário para juros, com o menor nível da história para a Selic, favorece a compra de veículos. O executivo compara o momento atual com o período do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em meados de 2012, quando os juros chegaram a ficar "negativos", com taxas abaixo da inflação. "Os financiamentos estão bastante atrativos."

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