Hoje, apenas 9% das entrevistadas brasileiras e 33% das empresas globais têm um alto grau de digitalização (Oli Scarff/Getty Images)
Karin Salomão
Publicado em 13 de abril de 2016 às 08h00.
São Paulo - Máquinas trabalhando lado a lado de seres humanos pode parecer cenário de filme futurista. Mas é o sonho de muitas empresas.
Um relatório da consultoria PwC (PricewaterhouseCoopers) aponta que as companhias pretendem aumentar seus investimentos para se tornarem mais digitais nos próximos anos.
Hoje, no entanto, o número de indústrias com modelo digital avançado é baixo. Apenas 9% das entrevistadas brasileiras e 33% das globais têm um alto grau de digitalização.
A projeção para daqui a cinco anos é que sejam 72% das empresas. Para a consultoria, as indústrias digitais são aquelas com integração de cadeias de valores verticais e horizontais e modelos de negócios, produtos e serviços cada vez mais digitais.
Ela entrevistou 32 gestores de indústrias de diversos segmentos para realizar essa pesquisa.
Nos últimos dois anos, as companhias investiram 0,8% de suas receitas em operações digitais. Nos próximos cinco anos, os investimentos irão aumentar para 1,4% das receitas.
Com isso, elas esperam cortar custos, melhorar sua eficiência e ainda gerar receita adicional.
Sete em dez entrevistadas pretendem expandir o seu portfólio digital, lançando novos produtos e digitalizando os serviços já existentes.
Os canais de vendas, atendimento e acesso do cliente e em marketing serão as áreas mais digitais dentro das empresas em cinco anos, de acordo com a pesquisa.
Quanto ao retorno desses investimentos, no entanto, as indústrias brasileiras estão mais otimistas que as globais. Enquanto 63% das brasileiras acredita que o retorno virá em menos de 2 anos, essa fatia cai para 55% entre as internacionais.
A segurança e a privacidade dos seus dados é a maior preocupação para o aumento da digitalização das indústrias brasileiras, segundo a pesquisa.
O relatório também aponta falta de cultura digital, incertezas em relação aos benefícios dos investimentos nessa área e falta de uma visão da liderança sobre as operações como obstáculos.
A falta de conhecimento sobre análise de dados e como ela pode ser aplicada na indústria também foi levantada na pesquisa.
Ainda que todas as empresas consideram que essa habilidade será essencial para tomar decisões daqui a cinco anos, nenhuma empresa tem uma capacidade atual avançada para fazer isso no Brasil.
Pelo contrário: 63% das entrevistadas afirmaram que possuem pobre conhecimento sobre análise de dados na indústria, enquanto no mundo essa parcela é de 22%.
Mais uma vez, elas estão dispostas a investir e otimistas com os resultados futuros.
Com treinamento dos próprios funcionários, as brasileiras querem alcançar mais de 10% de ganho em eficiência e receita decorrentes da análise de dados nos próximos cinco anos.