Negócios

Maple Bear dobra número de escolas internacionais de olho no IPO

A escola bilíngue canadense opera 513 escolas em 25 países; em três anos, a meta é chegar a 1.000 escolas

Maple Bear: com o controle brasileiro, a expansão global foi impulsionada (Maple Bear/Divulgação)

Maple Bear: com o controle brasileiro, a expansão global foi impulsionada (Maple Bear/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 30 de novembro de 2020 às 12h26.

Última atualização em 30 de novembro de 2020 às 15h14.

A escola bilíngue Maple Bear surgiu no Canadá, mas desde fevereiro deste ano tem gestão brasileira - e, agora, uma forte ambição internacional.

O grupo Sistema Educacional Brasileiro (SEB), do empresário brasileiro Chaim Zhaer, comprou 70% do controle da operação global da escola, depois de já ter incorporado a operação brasileira em 2017. 30% do negócio global continua nas mãos do fundador da rede, Rodney Briggs.

Desde essa aquisição, a expansão global da empresa foi impulsionada mesmo durante a pandemia. Hoje, a Maple Bear opera escolas em 25 países em todo o mundo, com 513 operações. Em três anos, a meta é dobrar esse número e chegar a 1.000 escolas.

Em três anos o número de unidades saltou de 78 escolas e 13,5 mil alunos para 148 unidades e 27 mil alunos na América Latina. México, Argentina, Peru e Paraguai são os países que já contam contratos fechados para implantação de uma escola da rede. Outros países, como Bolívia e Colômbia, a negociação de uma Maple Bear está avançada.

Os investimentos na América Latina devem chegar a 150 milhões de dólares e gerar até 3.000 empregos diretos, estima a Maple Bear.

Expansão internacional mais complexa

A expansão internacional trouxe uma complexidade nova para o grupo: nem todos os países têm uma cultura ou legislação para a operação por meio de franquias. "Em alguns países a estrutura de franquias já está mais desenvolvida, mas em outros não há nem legislação e alguns não entendem bem o conceito", diz Arno Krug, presidente da escola canadense para a América Latina.

Outra diferença é que, agora, as reuniões para a negociação de novas franquias são todas virtuais. O número de conversas antes de fechar um contrato também ficou maior, de duas a três para até seis, diz o presidente. "O processo ficou mais longo durante a pandemia, mas o volume de novos negócios fechados se manteve."

O perfil dos investidores também mudou. No lugar de um empreendedor que busca abrir uma unidade, há mais investidores institucionais e grupos educacionais de todo o mundo. No Brasil grupos de pais também se uniram para bancar uma escola para seus filhos, já que muitas escolas infantis quebraram durante a pandemia. De acordo com o executivo, já há sete grupos de pais que fecharam uma unidade.

Apesar das negociações mais longas, a construção está mais rápida. A Maple Bear incorporou certas técnicas de construção rápida, usadas por construtoras para a abertura de hospitais na pandemia, para reduzir o tempo de uma nova unidade de 14 meses para apenas seis meses.

De olho no IPO

Os planos ambiciosos de expansão da empresa têm uma razão ainda mais ousada. Chaim Zaher, dono do SEB, impulsiona o número de unidades para abrir o capital da Maple Bear na Nasdaq, a bolsa eletrônica de Nova York, com um valor de mercado na casa do bilhão de dólares, semelhante ao de outros grupos de ensino brasileiros que venderam ações em Wall Street, como Afya e Arco. A informação foi dada em primeira mão por EXAME.

“O IPO faz todo o sentido, para buscar capital para construir ainda mais escolas. Estados Unidos, Europa, China e África são locais estratégicos”, diz Krug.

 

De 0 a 10 quanto você recomendaria Exame para um amigo ou parente?

 

Clicando em um dos números acima e finalizando sua avaliação você nos ajudará a melhorar ainda mais.

 

Acompanhe tudo sobre:EducaçãoEscolasGrupo SEB (Sistema Educacional Brasileiro)

Mais de Negócios

Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2024: conheça as vencedoras

Pinduoduo registra crescimento sólido em receita e lucro, mas ações caem

Empresa cresce num mercado bilionário que poupa até 50% o custo com aluguel

Como esta administradora independente já vendeu R$ 1 bilhão em consórcios