Malwee quer roupas mais duráveis e consumo consciente (Malwee/Divulgação)
Marina Filippe
Publicado em 2 de outubro de 2020 às 09h40.
Última atualização em 2 de outubro de 2020 às 10h59.
A fabricante de vestuário Malwee estreia a campanha Moda Sem Ponto Final, com a intenção de comunicar o novo posicionamento da marca para o mercado brasileiro.
Com o objetivo de reforçar a preocupação com o impacto ambiental causado pela indústria da moda ---a segunda mais poluente do mundo-- e de estimular o consumo consciente, a Malwee anuncia um novo jeito de pensar e desenvolver as suas coleções.
A novidade é que a marca passa a lançar, anualmente grandes coleções, intituladas “Verões”, “Invernos”, “Outonos” e “Primaveras” pensadas para promover o uso de peças que podem ser repetidas a cada ano e combinadas com novas tendências, provocando o pensamento de um guarda-roupas mais inteligente. Desse modo, a marca também lançará menos coleções intermediárias, as chamadas "cápsulas".
"Fizemos uma revisão no mix de produtos e de coleções para sermos mais assertivos num movimento por uma indústria da moda mais sustentável. Reduzimos 10% do mix total da marca no ano e dentro dessa revisão, reduzimos 20% na linha moda do nosso portfólio (essa é uma linha de produtos cujas peças têm mais informação de tendência aplicada), para abrir espaço para produtos com forte apelo de versatilidade e atemporalidade", diz Guilherme Moreno, gerente de marketing da Malwee
O intuito da marca é oferecer para o consumidor a possibilidade de reinventar o seu guarda-roupas de forma inteligente, usando peças repetidas vezes, ano após ano, prolongando a vida útil das roupas, como forma de combater a poluição ambiental e os impactos que a indústria da moda gera no meio ambiente.
"Não imaginamos que as pessoas irão comprar mais ou menos e de fato essa não é a nossa principal preocupação. Queremos sim estimular a compra consciente. O ato de escolher produtos que durem mais, combinem mais e não se percam a cada nova coleção tem impacto direto no meio ambiente e muito pouca gente sabe disso", afirma.
A coleção Primaveras já está disponível no e-commerce e foi desenvolvida ao longo de 2019 junto com a criação do novo propósito.
"É assustador pensar que hoje usamos em média 3 vezes por ano uma peça do nosso guarda roupas e que depois de um uso médio de 7 vezes, essa peça é descartada. Precisamos lembrar disso toda vez que decidirmos comprar um novo produto e repensar muito mais a frequência de uso do que a de compra. Acreditamos que em uma única peça de roupa, é possível contar muitas histórias, por isso, ao invés do descarte, vamos estimular a troca, a revenda e a doação", diz Moreno.
Segundo a empresa, a Malwee é líder em iniciativas de sustentabilidade pioneiras no Brasil, como o uso de malha PET na produção de roupas (a empresa já retirou mais de 50 milhões de garrafas do meio ambiente), de algodão desfibrado (produzido a partir da reciclagem de resíduos de malhas) e de processos de acabamento que permitem economizar até 98% do volume de água (como no caso do tingimento das cores neon e da produção de jeans no novo Lab Malwee Jeans).
Dados da ONU Meio Ambiente apontam a indústria da moda como responsável por 20% da poluição industrial da água do planeta, por 10% da emissão global de CO² e pelo descarte do equivalente a um caminhão de roupas por segundo. A crescente preocupação quanto aos efeitos dos impactos ambientais negativos da moda no planeta é uma das responsáveis pelo aumento dos brechós e projetos de caráter socioeconômico de troca e revenda de itens usados.
Em defesa de iniciativas sustentáveis como essas, a Malwee iniciou uma parceria com a Repassa, startup que funciona como brechó online, buscando roupas usadas na casa das pessoas e revendendo pela internet.
Nessa parceria, a ‘sacola do bem’ Malwee + Repassa será distribuída durante os próximos dois meses para todos os consumidores que fizerem compras no e-commerce da marca como forma de estímulo para que possam revender produtos que estão parados nos seus guarda-roupas.