Máscara da Malwee com tecido anti-covid: 40 mil unidades vendidas em 72 horas (Malwee/Divulgação)
Mariana Desidério
Publicado em 1 de julho de 2020 às 10h44.
Última atualização em 3 de julho de 2020 às 08h43.
A marca de roupas Malwee começou a produzir essa semana máscaras e camisetas com um tecido antiviral e antibacteriano. O produto, desenvolvido pela empresa de inovação têxtil suíça HeiQ, foi testado contra o novo coronavírus e apresentou 99% de eficácia na neutralização do vírus.
O tecido usa dois princípios para combater o vírus. O primeiro deles é a prata. O segundo é chamado de vesícula lipossomal, uma tecnologia usada em remédios contra o câncer. "É uma tecnologia da Suíça que acaba de ser lançada. Ela tem uma parcela de prata e outra de uma vesícula lipossomal, que é o mesmo princípio usado em remédios contra o câncer. O produto se liga ao vírus pela prata e puxa a gordura que reveste o vírus através da vesícula, em um processo de osmose. Assim o vírus fica inerte”, afirma Luiz de Freitas, gerente industrial da Malwee.
Até agora foram produzidas 400 mil camisetas e 25 mil máscaras usando o produto antiviral. A Malwee afirma que abriu mão de boa parte da margem de lucro das peças, que estão sendo vendidas quase a preço de custo. Uma camiseta com a tecnologia custa 49,99 reais e um kit com duas máscaras sai por 29,99 reais. As máscaras possuem três camadas de tecido. Há também peças infantis. A Malwee estuda ampliar o uso do produto antiviral em outras peças.
“Nos preocupamos em trazer uma tecnologia que fosse acessível. Essa solução está sendo usada agora na Europa e nos Estados Unidos. Estamos par a par com a inovação nesses países”, diz Freitas.
Além de efeito antiviral, a tecnologia tem efeito contra bactérias e fungos. A empresa diz ainda que propriedade antiviral se mantém mesmo após 30 lavagens. O produto usado para combater o vírus é aplicado nos tecidos em um processo automatizado. Os testes do tecido contra a covid-19 foram feitos pela empresa suíça em conjunto com o Instituto Doherty em Melbourne, na Austrália.
A companhia brasileira do setor têxtil Santaconstancia também começou a fabricar tecidos com propriedades antivirais. O produto é feito com fios de poliamida antiviral e antibacteriana, cujo princípio ativo não sai nas lavagens, segundo a empresa.
“A tecnologia tem o efeito permanente, pois o princípio ativo encontra-se nas próprias moléculas do fio”, disse Gabriella Pascolato Costa, diretora de marketing da Santaconstancia, em comunicado divulgado pela empresa. A tecnologia dos fios foi desenvolvida pela indústria química Rhodia.
A expectativa é que a nova linha de tecidos responda por 35% das vendas da Santaconstancia, sendo que 40% das vendas devem ir para o setor de saúde e 60% para os demais segmentos de moda.