Lemann: na lista de bilionários da Suíça, ele só perde para a família Kamprad, dona da rede de móveis Ikea (Sergio Lima/FolhaPress/Veja/Reprodução)
Estadão Conteúdo
Publicado em 3 de dezembro de 2016 às 09h52.
Genebra - Estar numa lista dos mais ricos em qualquer lugar é para poucos. Mas estar na lista dos principais bilionários de um país com uma das maiores rendas médias do mundo é para pouquíssimos. Essa é a situação do empresário brasileiro Jorge Paulo Lemann, que está na segunda posição entre os mais ricos da Suíça.
Numa classificação publicada pela revista suíça Bilan, a fortuna de Lemann é estimada em US$ 27 bilhões. Ele, porém, teria perdido US$ 1 bilhão neste ano.
Ainda assim, continua como o segundo homem mais rico do país, que acumula US$ 6 trilhões em depósitos em seus 266 bancos. A liderança é da família Kamprad, dona da rede de móveis Ikea, com US$ 45 bilhões.
Mas o brasileiro superou as famílias Hoffmann e Oeri, donas de uma fortuna no setor farmacêutico calculada em US$ 23 bilhões - eles são os principais acionistas da Roche. No quarto lugar vem outra família com ligações com o Brasil. Com US$ 17 bilhões, a família de Joseph Safra teria ficado US$ 1 bilhão mais rica no ano.
A Suíça, apesar de concentrar grande parte das fortunas do planeta, está perdendo alguns de seus próprios bilionários. Benjamin Steinmetz, por exemplo, trocou Genebra por Israel, enquanto a família Elkhereiji optou por Mônaco. Já o cantor Phil Collins, com fortuna estimada em US$ 300 milhões, deixou a Suíça e retornou aos EUA, enquanto a cantora Shania Twain, com US$ 500 milhões, mudou-se para o Canadá.
A ascensão de Lemann chama a atenção até mesmo dos suíços. Até 2011, ele ocupava o nono lugar entre as pessoas mais ricas da Suíça. Em 2013, o brasileiro passou a figurar entre as três maiores fortunas do país.
'PIB'
Hoje, se Lemann fosse um país, ele seria a 101ª maior economia do mundo, superando o PIB inteiro de El Salvador, Bósnia ou Paraguai. O brasileiro seria três vezes mais rico do que toda a economia do Haiti.
Entre seus ativos está a Heinz, empresa de alimentos que ele comprou com Warren Buffet, a rede Burger King e 15% das ações da maior empresa de cervejas do mundo, a Anheuser-Busch InBev.
Filho de um fabricante de queijos que abandonou a região de Emmental e tentou a sorte no Brasil, Lemann vive parte de seu tempo à beira do lago de Zurique.