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Maior empresa da África vê educação como mercado de crescimento

A proprietária do maior serviço de TV paga da África busca aproveitar investimentos realizados neste ano nas empresas americanas de tecnologia da educação

Naspers: “Acreditamos que, assim como a tecnologia revolucionou o modo em que as pessoas se comunicam, daqui a dez anos a educação estará fundamentalmente revolucionada” (Halden Krog/Bloomberg)

Naspers: “Acreditamos que, assim como a tecnologia revolucionou o modo em que as pessoas se comunicam, daqui a dez anos a educação estará fundamentalmente revolucionada” (Halden Krog/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2016 às 17h04.

Última atualização em 22 de fevereiro de 2017 às 17h24.

Johanesburgo - A Naspers planeja uma expansão em software educativo em um momento em que a maior empresa da África, segundo o valor de mercado, busca repetir a aposta lucrativa que fez na Tencent Holdings da China.

A proprietária do maior serviço de TV paga da África busca aproveitar os investimentos realizados anteriormente neste ano nas empresas americanas de tecnologia da educação Udemy e Brainly adicionando um novo membro a uma estratégia de crescimento que levou a empresa com sede na Cidade do Cabo ao comércio eletrônico indiano e às redes sociais russas.

“Acreditamos que, assim como a tecnologia revolucionou o modo em que as pessoas se comunicam, daqui a dez anos a educação estará fundamentalmente revolucionada”, disse o CEO Bob Van Dijk em entrevista por telefone na sexta-feira. “As pessoas gastam uma enorme quantidade de dinheiro e de tempo em educação.”

A Naspers vem explorando o mundo em busca da possibilidade de repetir o investimento que fez seu nome: a compra de uma participação de US$ 32 milhões na Tencent, criadora do WeChat, em 2001, que agora vale cerca de US$ 78 bilhões.

Essa aquisição ajudou a transformar os negócios de uma editora sul-africana de jornal em uma investidora global em empresas de tecnologia, e a contribuição da Tencent ajudou a Naspers a aumentar os resultados em 31 por cento no período de seis meses finalizado em setembro, informou a companhia também na sexta-feira.

A divisão de comércio eletrônico também mostrou sinais de força, porque 23 empresas tiveram lucro, em comparação com 18 no ano anterior. Isso ajudou a compensar um declínio na unidade de TV, prejudicada pela desvalorização das moedas subsaarianas frente ao dólar em um momento em que os assinantes optaram por concorrentes mais baratos.

A Naspers vai considerar a venda de empresas junto com quaisquer compras em educação e outros setores, disse Van Dijk, citando a venda do site polonês de leilão Allegro a firmas de private equity por US$ 3,25 bilhões no mês passado.

A companhia também concordou em combinar a operadora indiana de viagens Ibibo com a concorrente americana MakeMyTrip, e a Amazon.com está negociando a compra da loja virtual Souq.com FZ, com sede em Dubai, em que a Naspers tem uma participação, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.

“Somos críticos em relação à nossa carteira e queremos contar com os ativos certos”, disse o CEO. “Pode esperar que continuaremos analisando nossos ativos, o que pode acabar levando a mais ações.”

Todos os investimentos da Naspers no setor de educação até o momento foram feitos nos EUA, e a companhia não vê o governo do presidente eleito Donald Trump como um revés para seus planos de crescimento, mesmo que ele implemente políticas mais protecionistas.

A unidade americana de classificados da empresa “não é uma empresa transfronteiriça; é uma empresa de comércio entre indivíduos”, disse Van Dijk.

“Teoricamente, se o país se tornar mais fechado, é possível que as empresas se saiam ainda melhor.”

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